domingo, 31 de outubro de 2010

Vigaristas

















Vigaristas

O ator e diretor Ricardo Batista e o ator Geraldo Peninha encenam texto inédito de Sérgio Abritta. Vigaristas conta ainda com a atriz Giselle Reis.
Sequestro, triângulo amoroso e golpes do baú fazem parte dessa comedia de traições onde nem mesmo Deus é politicamente correto. Do mesmo autor de "10 Maneiras Incríveis de Destruir seu Casamento", Vigaristas é o novo espetáculo de Ricardo Batista (vencedor do Prêmio Usiminas/Sinparc de melhor ator em 2008). Uma farsa de primeira qualidade, garantia de boas risadas e grandes surpresas.
Dois exóticos e divertidos empresarios acordam em um estranho lugar e concluem serem vítimas de um mesmo sequestro. Júlio César (Ricardo Batista) é um milionario conquistador, com fama de já ter levado mais de mil mulheres para a cama. Sansão (Geraldo Peninha) é um ricaço erudito que, em toda a sua vida, teve apenas uma mulher. Ao tentar descobrir como foram parar em lugar tão sinistro e misterioso, os personagens vão relembrando e revivendo, através de "flashbacks", historias de suas vidas e de seus amores e se veem envolvidos em uma fabulosa trama de traições.
A peça apresenta, de uma forma descontraída, a importância do amor e da paixão para dar sentido à vida das pessoas e brinca com isto quando introduz um universo de armadilhas às relações humanas, evidenciando a fragilidade dos homens, independente de sua formação educacional ou condição financeira.

Informações:

Canastra Real (31) 3055-3362 / canastrarealproducoes@gmail.com
Fernanda Botelho (31) 9157-9160 / contato@fernandabotelho.com.br
Ricardo Batista (31) 9157-2999 / caddinho@gmail.com

Defunto Bom é Defunto Morto
















Defunto Bom é Defunto Morto

Defunto Bom é Defunto Morto é uma trama policial recheada de muito humor. Um assassinato ocorre dentro do teatro durante a apresentação do monólogo de um ator conhecido na cidade. A partir daí, de forma inusitada e surpreendente, vão surgindo novos personagens que se revezam em cena.
No palco, Ricardo Batista ("Um Casal Aberto", "Chico Ruim e Zé Cruel", "Coisa de Doido") dá vida a esses personagens que chegam até mesmo a contracenar, mas este é o grande mistério que a produção do espetáculo não divulga.
A plateia é constantemente envolvida na trama que, a cada momento, cria dúvidas nos espectadores sobre o que é real e o que faz parte da ficção.
Um ator, um delegado e uma faxineira são personagens desta peça que há mais de 10 anos é sucesso de público em Belo Horizonte.
Além de Ricardo Batista, o elenco conta com a participação de Alexandra Ziller, Eloysa Martins, Priscila Venturim e Serge Weick. Texto de Ricardo Batista e Jair Raso e direção de Ricardo Batista.

Informações:

Canastra Real (31) 3055-3362 / canastrarealproducoes@gmail.com
Fernanda Botelho (31) 9157-9160 / contato@fernandabotelho.com.br
Ricardo Batista (31) 9157-2999 / caddinho@gmail.com

sábado, 30 de outubro de 2010

Réveillon

Dario Velasco

O Ducado do Castelo do Poeta agradece a generosidade e amizade do grande cartunista mineiro Dario Velasco pelo excelente trabalho do banner e dispõe aqui o seu endereço para contatos. O link é http://www.dariovelasco.com.br.
Grande abraço Velasco.

Ducado do Castelo do Poeta
castelodopoeta@gmail.com

Cavalaria: Os Aventureiros Hugo e Juca

A historia começou há anos, conforme registro veiculado no Jornal Estado de Minas, e hoje, Juca (Osvaldo) e Hugo, são Cavaleiros do Castelo do Poeta e vão registrar nesta viagem, conforme mapa, tudo de suas novas aventuras. Aguardem os próximos capítulos.
Atenciosamente,

Ducado do Castelo do Poeta
castelodopoeta@gmail.com




















Quadro de Avisos

Atenção!! Necessita-se de:

- atores (dois) para espetáculo no Rio de Janeiro
- cenógrafo para montagem simples no Rio de Janeiro

Favor clicar na barra superior a direita em Quadro de Avisos

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Porta-Retrato: Karina Penido

Os 10 mandamentos das Mulheres em 10 cliks de Karina Penido Rosa
Cada foto que selecionei representa um sentimento, um desejo, um impulso natural da mulher. O quê as mulheres querem? O que tanto buscamos nessa vida terrena? Quais as mensagens que queremos enviar para nossos homens? Acabei chegando à conclusão que minhas 10 fotos significariam os 10 mandamentos das mulheres. Em cada “clik” procuro captar a alma e os anseios da minha modelo. Procurei um verbo para caracterizar cada desejo. Mas, como na nossa vida, cada ação espera de volta sua reação. Ou seja, a recíproca é totalmente verdadeira.

1 - Amar e ser amada




















2 - Cuidar e ser cuidada / Proteger e ser protegida




















3 - Amamentar e ser amamentada
















4 - Beijar e ser beijada



















5 - Casar - achar alguém que a peça romanticamente em casamento















6 - Dar e receber o prazer do Gozo















7 - Voar / Viajar - achar alguém que embarque nas suas “viagens”, encontrar alguém para alçar voo junto com ela e ajudá-la a atingir suas metas.





















8 - Comer (nesse caso não existe recíproca, senão seríamos canibais). “Ser comida, no caso, já está incluído no mandamento 6 “Dar e receber o prazer do gozo”.





















9 - Rezar - é realmente bem parecido com o filme “Comer, Rezar e Amar”. Precisamos de um contato com o espiritual.





















10 - Sentir - esse verbo reflete todos os sentidos da mulher, até mesmo o sexto sentido. Sentir o amor, a proteção, sentir o bebê amamentando, sentir um beijo na boca, sentir todas as emoções com toda força que só uma mulher pode sentir. Sentir prazer, o gosto pela comida e sentir mais profundamente as orações cotidianas. Sentir que nossos voos não são em vão, e que, no final das contas, o mundo não seria tão lindo se não fossem as mulheres.





















Fazer uma exposição do nosso trabalho não é fácil. Escolher um tema foi a primeira tarefa. Mulher é, com certeza, o tema mais acertado, além de uma excelente forma de começar a mostrar para vocês meu trabalho. É sabido que o Duque João Lenjob entende muito de mulher. Ele sabe como nos tocar através de sua poesia. Faz-nos apaixonar e imaginar que se todos os homens fossem iguais a ele, nossas vidas seriam mais coloridas. Com tantas declarações de amor pelas mulheres, não poderia ser mais certeiro e conveniente o tema da minha exposição fotográfica no CASTELO DO POETA. Esse portal que, nosso amigo e escritor, João, assim como outros Duques, oferecem para todos os artistas do Brasil, é uma midia que, daqui pra frente, fará parte da minha rotina participar. Uma comunidade segmentada, com pessoas que curtem todos os tipos de manifestações da arte, e de troca de informações. Obrigada, João, pela iniciativa e pela oportunidade.
Karina Penido Rosa

A Viscondessa e fotógrafa Karina Penido Rosa é amiga minha há mais de 20 anos. Seus contatos são 31 3377-2926 e 31 9971-4970
ou por e-mail, karinapenido@hotmail.com.

MATERIAL E TEXTOS CEDIDOS E AUTORIZADOS POR KARINA PENIDO ROSA

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Projetor: Conversa de Senhoras

Ana Gusmão em Conversa de Senhoras

A Viscondessa Ana Gusmão é atriz de referencia em Belo Horizonte, uma das conhecidas como "de ponta".

MATERIAL CEDIDO E AUTORIZADO POR ANA GUSMÃO

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Biblioteca: Ira Buscácio

Incinerador
Ira Buscácio

Sabe aquela camisa azul, que você gosta tanto?
Aquela que tem seu suor de homem empoçado na gola?
Aquela, com furinho na lateral que roubei pra me abraçar sem braços, na insônia de merda e sem saída, de um desejo sem cura?
Não! Juro, que não fiz bruxaria.
Só não queria deitar sozinha e ficar lendo um romance, desses cretinos, que poderia ser nosso, mas nunca seria, porque é tudo tão inglório e perfeito demais.
Nosso amor tem literatura mais odiosa e cheia de vícios incontáveis.
Precisava ter a certeza que não tentaria o suicídio, no avesso da noite, por isso roubei meu bote salva-vidas, a camisa azul era o meu CVV (centro de valorização da vida).
E me matar com as mãos sujas de azul seria bandeira demais, por mais que te amasse, eu jamais te deixaria esse triunfo.
Sou foda, carne de pescoço mesmo, a médio vidente disse que é minha Iansã, por isso não deixo barato. Corto os pulsos, mas não assino embaixo.
Nunca contei, mas escondi a camisa na primeira gaveta da cômoda, quando você sujo de amor, falou tenor: vou mijar!
Adorava essas suas características broncas de macho e mijar era sensual e selvagem. Fazia-me sentir mulherzinha e eu forjava fragilidade pro nosso gosto.
Os dias foram galopando e a camisa acabou esquecida. Você nem notou e havia outras, menos ou mais azuis.
Eu era uma pedinte de retalhos e pensei em tudo que podia ter, de meu e real, além do desejo... “Uma camisa, sem corpo, sem alma, apenas com o sal de homem que se ama”.
Olha amor! Essa noite foi confusa, eu dormi com seu cheiro entre as pernas e sobrevivi.
Cedo peguei a camisa e lavei com amaciante, do mais caro, depois de seca dobrei-a com o fervor das ninfas dos oráculos.
Guardei-a na caixa dourada com um laço esquizofrênico vermelho.
Não foi por acaso, mas o seu cheiro desceu pelo ralo, agora passa aqui e pega os seus restos incinerados.

A Viscondessa Ira Buscácio é poetisa do Rio de Janeiro, capital. Mais de seus textos no Sinta e Escreva, o endereço é http://irabuscacio.blogspot.com/.

Quem quiser expor seus poemas aqui favor enviá-los para castelodopoeta@gmail.com, com o título: Castelo Poesia.

TEXTO CEDIDO E AUTORIZADO POR IRA BUSCÁCIO

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Estúdio: Bianca Luar

Bianca Luar e Ian Guedes cantam Só Primavera no Palácio das Artes

A Viscondessa Bianca Luar é cantora e o Visconde Ian Guedes é músico, neto de Godofredo Guedes e filho de Beto Guedes.

MATERIAL CEDIDO E AUTORIZADO POR BIANCA LUAR

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Passarela: Sandra Sayão

O Castelo do Poeta entrevista Sandra Sayão, booker da Agencia Ford Models, em Belo Horizonte.
DEZ perguntas, DEZ respostas, algumas fotos e muitas formas de posar e desfilar.
Por João Lenjob


UM
CP:Quais os critérios para chegar ao posto de modelo, top model? Qual o perfil?

SS: Muita disciplina, disponibilidade para testes e trabalhos e estar sempre bem fisicamente e psicologicamente. O perfil adequado é ter o conjunto perfeito. Pele e cabelos bem cuidados, medidas certas, altura e atitude. Para Modelo Comercial acima de 1m60 de altura e Manequim de Passarela acima de 1m75.


DOIS

CP: Quem são os olheiros, os caçadores de talentos?

SS: São pessoas com olho clínico em futuros modelos e que as indicam para agências começarem a direcionar a carreira. Mas tem que ter muito cuidado com certos "olheiros" pois pode-se correr riscos. Melhor sempre pesquisar as agências indicadas.


















TRÊS

CP: Como é cuidar de na maioria de adolescentes?

SS: É de muita responsabilidade. Você trabalha com o físico e emocional da menina e isso não é fácil. Mas é muito gratificante ver os resultados nas campanhas fotográficas e passarelas.


QUATRO
CP: Qual é a top brasileira da vez?? E a top mineira da vez?? E quem foi a top da vez??

SS: A top brasileira do momento é a Raquel Zimmermann e a mineira Liliane Ferrarezi, de Belo Horizonte. No passado a mineira de Itabira Ana Beatriz Barros.
















CINCO

CP: Vê-se muita troca de profissão entre atores e modelos, as características são as mesmas ou semelhantes?

SS: Quase sempre são profissões que dependem muito de atitude e persistência. As oportunidades acontecem no momento certo, mas as vezes isso demora e todos precisam sobreviver. Então, buscam outras oportunidades.


SEIS
CP: Beleza é especial ou existe algum biotipo especial para o modelo??

SS: A beleza é encontrada em todas, só que em formas diferentes. Tem a modelo mais beleza comercial. Tem a mais exótica, andrógena e dai vai. O importante é o conjunto estar bem.
















SETE


CP: Existe ou existirá uma tendencia para a gordinha ou a baixinha?

SS: Para a gordinha algumas marcas já estão investindo, trabalhando com modelos de manequins até 46. Já a baixinhas as marcas que trabalham mais são as que investem em moda para adolescentes. Mas o que realmente predomina são as modelos de manequim 38 acima de 1m75 de altura.


OITO
CP: Na arte, no esporte, na moda, quem você admira?

SS: Vários fotógrafos como Sebastião Salgado, Marcio Rodrigues, Weber Pádua, Marco Mendes e outros. Artistas como Fernanda Montenegro, Laura Cardoso. Nossa!! Muita gente. Gosto muito de artesanatos também. No esporte gosto muito do trabalho do Bernardinho com a seleção de vôlei. Na moda admiro todos que trabalham no meio, desde modelos, genciadores, produtores e fotógrafos. Admiro muito a Gisele Bündchen.

















NOVE
CP: Existem dificuldades na sua profissão?

SS: Várias. Mas a pior é ansiedade da modelo para que tudo aconteça rápido e no seu tempo e não é assim. Isso atrapalha todo o desenvolvimento do trabalho.


DEZ
CP: O que você diria para o novo artista, atleta, modelo, que quer vencer na carreira, ciente das dificuldades encontradas e que nós conhecemos bem?

SS: Sempre digo para ter paciencia, persistencia e bom equilíbrio físico e emocional. Pois sem isso fica difícil continuar pela luta de espaço no mercado. Cumprir as metas e compromissos postos e trabalhar com prazer mesmo com todas as dificuldades.


A Ford Models é uma das agencias de modelos mais requisitadas do mundo e em Belo Horizonte a Viscondessa, a booker Sandra Sayão é o nome forte da Ford. Para conhecer a agencia em Minas o link é http://fordmodelsmg.com.br/.

ENTREVISTA AUTORIZADA
MATERIAL CEDIDO E AUTORIZADO POR SANDRA SAYÃO

domingo, 24 de outubro de 2010

Vigaristas

















Vigaristas

O ator e diretor Ricardo Batista e o ator Geraldo Peninha encenam texto inédito de Sérgio Abritta. Vigaristas conta ainda com a atriz Giselle Reis.
Sequestro, triângulo amoroso e golpes do baú fazem parte dessa comedia de traições onde nem mesmo Deus é politicamente correto. Do mesmo autor de "10 Maneiras Incríveis de Destruir seu Casamento", Vigaristas é o novo espetáculo de Ricardo Batista (vencedor do Prêmio Usiminas/Sinparc de melhor ator em 2008). Uma farsa de primeira qualidade, garantia de boas risadas e grandes surpresas.
Dois exóticos e divertidos empresarios acordam em um estranho lugar e concluem serem vítimas de um mesmo sequestro. Júlio César (Ricardo Batista) é um milionario conquistador, com fama de já ter levado mais de mil mulheres para a cama. Sansão (Geraldo Peninha) é um ricaço erudito que, em toda a sua vida, teve apenas uma mulher. Ao tentar descobrir como foram parar em lugar tão sinistro e misterioso, os personagens vão relembrando e revivendo, através de "flashbacks", historias de suas vidas e de seus amores e se veem envolvidos em uma fabulosa trama de traições.
A peça apresenta, de uma forma descontraída, a importância do amor e da paixão para dar sentido à vida das pessoas e brinca com isto quando introduz um universo de armadilhas às relações humanas, evidenciando a fragilidade dos homens, independente de sua formação educacional ou condição financeira.

Informações:

Canastra Real (31) 3055-3362 / canastrarealproducoes@gmail.com
Fernanda Botelho (31) 9157-9160 / contato@fernandabotelho.com.br
Ricardo Batista (31) 9157-2999 / caddinho@gmail.com

sábado, 23 de outubro de 2010

Defunto Bom é Defunto Morto
















Defunto Bom é Defunto Morto

Defunto Bom é Defunto Morto é uma trama policial recheada de muito humor. Um assassinato ocorre dentro do teatro durante a apresentação do monólogo de um ator conhecido na cidade. A partir daí, de forma inusitada e surpreendente, vão surgindo novos personagens que se revezam em cena.
No palco, Ricardo Batista ("Um Casal Aberto", "Chico Ruim e Zé Cruel", "Coisa de Doido") dá vida a esses personagens que chegam até mesmo a contracenar, mas este é o grande mistério que a produção do espetáculo não divulga.
A plateia é constantemente envolvida na trama que, a cada momento, cria dúvidas nos espectadores sobre o que é real e o que faz parte da ficção.
Um ator, um delegado e uma faxineira são personagens desta peça que há mais de 10 anos é sucesso de público em Belo Horizonte.
Além de Ricardo Batista, o elenco conta com a participação de Alexandra Ziller, Eloysa Martins, Priscila Venturim e Serge Weick. Texto de Ricardo Batista e Jair Raso e direção de Ricardo Batista.

Informações:

Canastra Real (31) 3055-3362 / canastrarealproducoes@gmail.com
Fernanda Botelho (31) 9157-9160 / contato@fernandabotelho.com.br
Ricardo Batista (31) 9157-2999 / caddinho@gmail.com

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Arquibancada: Jehssy Hilton

A Skatista Jehssy Hilton praticando




























































































A Viscondessa Jehssy Hilton é skatista de 18 anos. Quem quiser saber mais sobre o seu trabalho o endereço é http://jehssyhilton.blogspot.com/.

MATERIAL CEDIDO E AUTORIZADO POR JEHSSY HILTON

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Estúdio: Jamie Blonde

Jamie Blonde toca no Universo Paralelo em 2009

A Viscondessa Jamie Blonde é residente do Lebel Club, em Belo Horizonte, as quintas e sábados.

MATERIAL CEDIDO E AUTORIZADO POR JAMIE BLONDE

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Biblioteca: Pablo Rocha

Sussurros
Pablo Rocha

Sussurre ao vento teus dizeres
sem falsa moral ou pudor.
Lenta e docemente,
tuas insanas mazelas
sem receio do que irão fazer.

Sussurre tudo aquilo que fizeres
a cada devaneio que viver.
Tuas preces tão sonhadas
como se fosse Deus a lhes dizer.

Sussurre todo verso profano
Que acaso lhe acontecer
Cada passo embriagado de incerteza
de quem sabe, sem saber.

E se o vento, fofoqueiro
espalhar aos quatro cantos
teu jeito indescritível de ser,
Farei eu destes sussurros
Meu caminho a percorrer.

O Visconde Pablo Rocha é escritor, residente em Mariana, interior de Minas Gerais.

TEXTO CEDIDO E AUTORIZADO POR PABLO ROCHA

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Salão de Baile: Vivien Santana

A Viscondessa Vivien Santana sambando no italiano Programa Uomini e Donne
A dançarina e sambista brasileira, tem 29 anos e há nove está na Itália exportando seu talento, apresentando um pouco mais das música e dança brasileiras. Para quem europeia, os contatos da talentosa bailarina são viviane.brasile@libero.it ou 0039 3358 177067.

MATERIAL CEDIDO E AUTORIZADO POR VIVIEN SANTANA

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Quadro de Avisos

Atenção!! Necessita-se de:

- atores circenses
- atores com dominio da lingua inglesa em São Paulo
- atores diversos para comercial no Rio de Janeiro

Favor clicar na barra superior a direita em Quadro de Avisos

domingo, 17 de outubro de 2010

Estúdio: Érika Machado

O Castelo do Poeta entrevista Érika Machado, mineira, 33 anos, cantora, compositora e artista plástica.
DEZ perguntas, DEZ respostas, algumas fotos e muita melodia pra cantar...
Por João Lenjob

UM
CP: Com quantos anos você começou a cantar?

EM: Hum..não sei. Eu sempre gostei de cantar. Profissionalmente foi em 2004, por aí. Mas comecei com uma turma de escola, que acampava e tocava violão. Na verdade eu estudava piano nesta época e comprei um violão porque dava pra conduzi-lo a qualquer lugar e achava o máximo porque dele dava pra fazer o papel da banda toda.


DOIS
CP: Existe uma linha na qual você se inspirou?

EM: Na verdade não. Eu gosto um pouco de tudo. Gosto muito de barulhinhos diferentes.














TRÊS

CP: Você tem outra habilidade artística além da musical??

EM: Na verdade eu formei em artes plásticas. Então eu gosto de tudo o que se faz com as mãos. Eu fiz toda a parte gráfica do meu disco novo (Bem Me Quer-Mal Me Quer) e do site (http://www.erikamachado.com.br).


QUATRO
CP: Você teve muitas dificuldades durante a carreira?

EM: Dificuldade todos os dias. Cada dia passado é uma vitoria.














CINCO

CP: E você já teve motivos para desistir da carreira?

EM: É difícil prosseguir com a arte num país que mal se valoriza a educação e saúde. Acaba que o que fazemos é superfluo. Então tudo é muito difícil e quando tentamos um incentivo a burocracia é muito grande e o artista não tem que se submeter a preencher todos os requisitos. Este é um trabalho que não é do artista e o artista acaba tendo que fazer.

SEIS

CP: Qual o seu melhor momento?


EM: Tive muitos melhores momentos. Tocar com a Fernanda (Takai) e o John (Ulhôa) com Milton Nascimento na plateia. Foi bom também quando durante um show (do Milton) em São Paulo fui chamada para cantar com ele Maria Maria. Este foi um momento inesquecível.














SETE

CP: Você toca muito fora de Minas Gerais?

EM: É impressionante, mas nossa primeira representação no Ecad é no Nordeste, a segunda no Sul e a terceira no Sudeste. A gente voltou agora de uma excursão pelo Nordeste e era incrível ver todo mundo cantando as canções e dançando. Foi bacana demais!!!!


OITO
CP: Érika, quais são seus próximos objetivos?

EM: O meu próximo objetivo é juntar meus dois discos No Cimento e Bem Me Quer-Mal Me Quer com as músicas mais legais e fazer um DVD com meus convidados. E eu gostaria também um disco infantil.














NOVE

CP: E você vai tocar na Galícia, né?

EM: É! Cheguei aqui super feliz. Acabei de ficar sabendo que vamos tocar na Galícia.


DEZ
CP: Érika, bem me quer ou mal me quer?

EM: Bem me quer, claro (risos)!!!

Para conhecer mais da Viscondessa Érika Machado e também conhecer suas canções, é só entrar em seu site http://www.erikamachado.com.br.

João Lenjob também escreveu esta semana sobre a cantora no Mulher ao Volante, http://www.mulheraovolante.com.br/artigos.php?i=1673.

ENTREVISTA AUTORIZADA
MATERIAL CEDIDO E AUTORIZADO POR ÉRIKA MACHADO

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Porta-Retrato: Ana Letícia Costa

Ana Letícia Costa fotografa:

Brasília, por uma mineira.








Ana Letícia Costa é apaixonada por fotografia, literatura, dança e afins. Atualmente reside em Brasília/DF. Fotografias e textos seus em http://www.flickr.com/photos/analeticiacosta e www.mineirasuai.wordpress.com. Twitter: @analeticia.


Quem quiser expor seu trabalho de fotografia, artesanato, artes plásticas e afins favor enviar um e-mail para lenjob@gmail.com com o título Castelo Exposição.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Arquibancada: Fabiana Beltrame

O Castelo do Poeta entrevista Fabiana Beltrame, catarinense, 30 anos, primeiro lugar do rankinkg nacional, a maior remadora da historia do Brasil.
DEZ perguntas, DEZ respostas, algumas fotos e muita história pra contar...
Por João Lenjob

UM
CP: Fabiana, quando e porque começou a remar?

FB: Comecei em 97, com 15 anos, em Florianópolis quando via o pessoal remando na beira mar e ficava curiosa. Sempre gostei de esportes, então eu e uma amiga resolvemos experimentar.


DOIS
CP: E quando você começou a se destacar na modalidade? Quais suas características no remo e qual barco é a sua especialidade?

FB: Em 99, com 17 anos, venci meu primeiro brasleiro e a partir daí, comecei a vislumbrar objetivos maiores. No remo, além da técnica da remada, é importante ter uma boa resistencia de força, para podermos remar os 2000m. A minha especialidade é o barco individual, o single skiff (modalidade de 14kg, 8m20, dois remos e um remador).
















TRÊS
CP: Qual foi o principal momento na carreira e quais os principais títulos?

FB: O principal momento da minha carreira foi a conquista da vaga para os Jogos Olímpicos de Atenas, na qual eu fui a primeira representante brasileira na modalidade. Meu principal título foi a medalha de bronze na Copa do Mundo de Lucerna em junho desse ano.


QUATRO
CP: Teve algum momento que você pensou em desistir da carreira? E depois da gestação (desde que foi mãe de Alice)?

FB: Sim, teve uma vez que cheguei a parar, no ano do vestibular. Daí encontrei um antigo técnico meu na rua e ele me convenceu a voltar. E depois da gestação... Nossa!! Foi muito difícil voltar. Eu achei que nunca ia retornar à minha antiga forma. Mas na verdade voltei melhor que antes e, quatro meses depois do nascimento, venci os Jogos Sul-Americanos. Mudei de categoria. Virei peso leve e ganhei uma medalha na Copa do Mundo. A Alice veio pra iluminar a nossa vida.
















CINCO
CP: Com o esporte, deu pra conhecer muitos lugares e culturas diferentes.... quais você tem uma lembrança especial?

FB: Um lugar que adoro é Lucerna, na Suíca. É lindo demais!! E todo ano tem uma etapa da copa do mundo lá. É uma cidade muito organizada, limpa e o povo é simpático e receptivo.


SEIS
CP: CP: Quais seus próximos objetivos?

FB: Domingo que vem estou viajando para Nova Zelândia, para o Campeonato Mundial. Vou competir no single skiff peso leve. E no ano que vem tem os Jogos Pan-Americanos e o Pré-Olímpico para os Jogos Olímpicos de 2012.
















SETE
CP: Eu não conheço a Alice ainda, mas conheço bem você e o Gibran (marido, também remador e músico, compositor e comentarista esportivo) e sei que gostam e admiram e o Gibran até pratica a arte. Nos momentos de sossego e descanso, tem alguma arte especial que gostam de apreciar?

FB: Gostamos muito de cinema, teatro e shows. Também gostamos de ir nos centros culturais que sempre tem exposições diferentes.


OITO
CP: Você acha que falta apoio para o esporte alternativo brasileiro?

FB: Falta muito! Já tentei patrocínio varias vezes e nunca consegui. Agora que os Jogos Olímpicos de 2016 serão aqui, eu espero que o apoio aumente.















NOVE
CP: Vale a pena trabalhar com o amor e dedicação, tendo trocado os estudos e com tanta falta de apoio? É por isso que o nosso espaço é de arte, cultura e esporte alternativo... A situação é semelhante?

FB: Vale a pena, por que como você falou, é feito com amor e prazer, mesmo que o retorno não seja dos melhores.


DEZ
CP: Em seu nome, do Gibran e do Remo Brasileiro, qual o seu conselho aos novos atletas e artistas, que sabem das dificuldades mas ainda assim querem seguir em frente?

FB: Se você realmente ama e sente prazer no que faz, tem que seguir em frente, passando por cima de todas as dificuldades, por que elas o deixarão mais forte e com certeza você será um vencedor, seja no esporte ou na arte. Nunca desista dos seus sonhos, mesmo que eles pareçam impossíveis.

Para saber mais sobre a Viscondessa Fabiana Beltrame, visitem seu blog http://fabianabeltrame.blogspot.com. Acompanhem também o blog de seu marido o Visconde Gibran Cunha http://www.gibranrowingnews.blogspot.com.

ENTREVISTA AUTORIZADA
MATERIAL CEDIDO E AUTORIZADO POR FABIANA BELTRAME

Continuação: Os Olhos Claros de João

Continuação

Fazia tempo que minha vida era um vazio só...Mas a verdade é que depois que me separei do segundo marido, me ficou um amargo na boca, um frio no sentir e meu olhar para o mundo transformou-se por completo. Fui minguando aos poucos. Fui secando. Ficando árida. Não por paixão. Não por saudade mas por desânimo e preguiça de um recomeço. Havíamos passado bons anos juntos, nem tenho do que me queixar, mas fomos nos distanciando tanto que no final ele estava aqui e eu no Japão. Mesmo assim foi doloroso, dolorido, as meninas sentiram muito a falta do pai, falta que durou dois anos só e logo depois foram encontrando um jeito de se falar: ele morando em Salvador, onde lecionava na universidade federal e elas aqui.

Eu optei por continuar murchando, por dentro e por fora. Me olhava no espelho e sentia pena de mim. Ah, isto era o mais triste! Me achava tão feia, acabada, um caquinho, uma coisinha de nada . E de miúda que sempre fora me encolhia cada vez mais. Fui perdendo tudo : peso, viço, olfato, paladar, desejos, ilusões, virei um quase-nada. Aos poucos fui deixando de visitar amigos, de sair no final de semana, recusando convites para casamentos, aniversários, achava tudo uma chatice. Fui me fazendo de vítima, uma dor aqui outra acolá...abria mão de qualquer situação para que elas, as meninas, pudessem viver a plenitude de seus vinte anos. Me sentia aliviada quando o telefone não tocava, quando ninguém apertava o interfone e mais aliviada ainda quando a campainha da porta parecia nem existir. Me fazia bem o silêncio. Inês me perguntava sobre depressão. Eu dizia, não, isto é meu modo de ser. Fico triste não, gosto de ficar sozinha, sem ninguém para incomodar. Mas ela insistia para que eu tomasse fluoxetina, santo-remédio. Eu sorria, carece não; preciso de jeito nenhum...

Assim o tempo foi passando, passando, eu cada vez mais quieta em meu mundo descolorido, sem graça, sem flores, sem festas. Fui ficando insensível também. Gostava muito de ficar só, em casa, lendo e fazendo palavras cruzadas. Cozinhar eu não gostava, nunca gostei e não gosto até hoje. Raramente via um programa na tv, achava tudo pobre por demais, sem conteúdo algum. Aprendi a fazer crochê. Começava de um tudo e terminava nada. Aprendi a tecer tricô, não passei de um chale que dei de presente para minha irmã Fany. Retomei a prática da yoga, a meditação, voltei ao livro de orações, recomecei a rezar, e aos poucos fui me transformando em uma beata só: sempre que podia corria para igreja. Logo eu, que nunca fora de muita missa, sentia um alívio diante do altar; como se minhas dores fossem diminuídas pelo ambiente silencioso, respeitoso, majestoso da catedral. E ele lá pregado na cruz, bem que poderia me ajudar, me socorrer. Me socorre, Ó Deus!

As meninas insistiam tanto para que eu parasse com aquela idéia ridícula de me fazer mais idosa, mais doente, mais rezadeira, mais infeliz! Mas a minha infelicidade tocou em um ponto estranho: mais triste eu ficava, menos ia sentindo o cheiro e o gosto das coisas. Meu olfato se foi, assim como a minha alegria de viver. Paladar, quase não tinha. Pouco me importava o que comia: doce, salgado, ácido ou amargo. Tudo me era tão igual! Se foram também, o meu ânimo, minha energia vital.

Tudo andava ruim por demais. Sem dinheiro, sem olfato, sem paladar e sem sono. Pouco ânimo, pouca alegria, pouco dinheiro. Resolvi vender umas terrinhas. Coisinha pouca - um pequeno sítio que há muito tempo ninguém visitava. Na verdade desde que nos mudamos de Solidão nunca mais aparecemos por lá. Além do mais, ficava ao norte, pertinho de Milagres, pouco mais de 20 minutos de carro pela estrada vermelha e poeirenta. Muita seca. Terra ruim onde há algum tempo atrás, plantamos até café.

Cheguei em casa de minha irmã disposta a resolver tudo em uma semana: procurar o cartório , conferir a papelada, ver o preço do terreno e procurar um interessado. Entretanto, apesar da minha dispoisção inicial a semana não fora suficiente para tudo resolver. Voltei para a capital. Vim rezando para que aparecesse um comprador, bom e honesto, fácil de lidar e disposto a pagar pelas terras o preço justo; nem um centavo a mais. Tinha muita esperança de que o comprador apareceria, eu precisava muito daquele dinheiro, muito mesmo.

Rezei mais de dois meses sem parar, em casa, na igreja, no trabalho, dia após dia, debulhando o terço, até que Deus um dia me ouviu.

Dona Heloísa, telefone pra senhora. Já vou, gritei saindo do banheiro. Quem é? Perguntei. Isa falou assim, é de Milagres. Ah ! Alô, sim , sou eu, pois não, como vai o senhor. É deveras, estou vendendo sim. Sei. Conhece Sua Caldeira? Do cartório? Pois é, tá tudo com ele, o senhor pega as informações e depois, se for do seu interesse, liga de novo, podemos marcar para ver o sítio, assim o senhor conhece, vê se é do seu agrado. Tá bom, nada a agradecer, para o senhor também. Foi a primeira vez que falei com João.

Rezei mais um mês sem parar, podia tanto dar certo. Havia ligado para a minha irmã, sondando quem era o interessado, o tal homem, e ela me havia dado a ficha completa. Fiquei esperando que ele voltasse a ligar, nada. Resolvi dar um pulo até Milagres e de lá até Solidão. Aproveitava o feriado de Corpus Christie e quem sabe, não dava um empurrãozinho nas coisas paradas.

Fui de ônibus. Me sentia insegura ao dirigir sozinha e as meninas tinham compromisso, cada uma viajando para um canto, com amigos de faculdade. Também tinha outra coisa, achava até bom aproveitar a viagem de ônibus. Me dava um entendimento das coisas, via tudo de um jeito tão calmo, com o tempo ali passando devagar, tinha era tempo para muita reflexão. Assim que eu achava. E pensava também que estando sozinha colocava melhor minhas idéias no lugar. Ficava admirando a natureza, as cores, as coisas e pensando na vida, nas pessoas, em tudo que já havia se passado, no que acontecia no presente e o futuro, como seria ? O que nos reservava o futuro? Pensava nas meninas. O que seria da vida de cada uma delas? E da minha vida ? Não sabia nada de nada.

Cheguei em Milagres. Fany foi me pegar na rodoviária. Ela e a neta, filha de Dulce. Tão engraçadinha, perguntadeira, curiosa, linda a menina, mas chatinha- eu não tinha mais paciência para lidar com crianças, ainda mais pequeninas assim. Quatro anos de pura perguntação e que não nos deixava conversar direito.

_ Minha irmã, já sei tudo sobre o tal do homem. Você se lembra do Seu João? Aquele do Mato Cerrado? Do café. Lembra sim. Que a mulher dele perdeu o primeiro filho e ele de triste ficou mais de mês bebendo sem parar. Foi encontrado quase morto, lembra? Passou tempos no hospital municipal, sem memória e sem fala. Ficou foi tempo sem aparecer. Quando saiu foi direto para a fazenda. Sumiu de Mato Serrado. Ah, claro que nós contamos para você. Quando ouvimos falar dele de novo? Quando ele tirou uma menina da zona, engravidou a coitada e levou a pobrezinha para fazenda. Dizem que acabou se casando com ela. Foi um falatório, não se falava noutra coisa aqui na cidade. Fazenda dele, sabeondeé ? Perto da sua, pros lados de Solidão. Então, foi só enchendo a mulher de filho, uma escadinha. Lembrou? Pois é. Ele é o comprador da terra sua. Já falou na barbearia do Jonas que vai comprar mesmo a fazendinha. Tá pertinho das terras dele. Se eu fosse você, crescia o preço...o homem tem interesse por demais nas terras, Sá!

No dia seguinte fui ao cartório. Fala com um, fala com outro, cumprimento velhos conhecidos de Milagres. Contudo saio de lá sem os papéis de que eu precisava. Peço para Seu Honório me levar até a fazenda do Seu João. Fany vai junto. Poeirão daqueles, bem vermelho, parecendo nuvem. Fico triste com o que vejo pelo caminho. Tudo tão seco, tão diferente do tempo em que tocávamos a fazenda. Sempre difícil, é verdade, mas agora, quase impossível. Fany não pára de falar. Conversa comigo, dá ordens para o Seu Honório e eu caladinha no meu canto, pensando, pensando...

Voltamos no mesmo pé em que viemos. Seu João não estava. Deixei com Corisco o telefone da casa de minha irmã. Que ele me ligue quando chegar, falei para o ajudante. Careço de falar com ele, é urgente. Diga que é a dona da Solidão, estou aqui só até amanhã e depois volto para a capital.

Voltei para a capital e nada de falar com o Seu João. Desanimei. Me pareceu que ele desistira do negócio mas não quisera falar, sei lá. Vai saber o que se passa pela cabeça de um matuto destes. Matuto nada, dizia Fany, Seu João tem estudo, ficou assim depois da morte da mulher, mas dizem que tem até diploma de doutor, doutor no estrangeiro. Diploma, sei.

Uma tarde recebi um recado escrito por Alzira. Finalmente iria me encontrar com o italianão. Peguei com São Judas Tadeu; que ele encaminhasse um bom término para o negócio. Eu precisava tanto e para o homem também haveria de ser bom, as terras já coladinhas às terras dele. Valei-me, meu santo das causas impossíveis.

Voltei para Milagres. Mandei Seu Honório até Mato Cerrado dar o recado pro homem. Se ele não estivesse, que deixasse o bilhete com Corisco.

Me arrumei um pouco mais do que de costume. Passei um perfume qualquer, só um pouco, bem pouco. Passei batom. Coloquei um vestido pouco usado. Estava quente e achei que ficaria mais bem apresentada. Afinal iria fechar um negócio. Peguei o carro de Fany. Vou sozinha, é coisa entre ele e eu. Precisa vir junto não. Daqui a pouco estou de volta.

Corisco veio abrir a porteira e já que o Seu João aparecia na varanda. Tirou o chapéu, abriu o portãozinho e desceu as escadas. Ficou parado enquanto eu estacionava o carro embaixo dos hibiscos. Entra, Dona Heluísa, a casa é sua.

O café estava servido, Sinhana havia deixado a fazenda grande e viera para dar uma ajeitada em Mato Cerrado. Discreta, saiu para o terreiro com a desculpa de olhar umas quitandas assando no forno de barro. Dali deve ter ido de volta pois não a vi mais.

Conversamos o que tinha para ser conversado e ele anotava numa cadernetinha tudo que deveríamos fazer nos próximos dias: papelada, assinaturas, advogado, banco, cartório, essas coisas. Ao contrário do que eu esperava demoramos muito mais tempo que o previsto e nesse vai e vem na boléia com o Seu João fomos nos tornando mais próximos, algumas lembranças de nossos passados, nos confidenciando alguns segredos, algumas esperanças. Dia após dia, durante duas semanas, nos vimos todas as manhãs e todas as tardes. À noite, cada um em sua casa, mortos de cansaço. Foi naqueles dias tão cansativos que comecei a gostar de João.

Era tão bom conversar com ele. João tinha um jeito diferente e quando me chamava de Dona Heluisa eu não conseguia conter o riso. A gente conversava sobre tudo e eu aprendia tanto com ele. Nunca tocava no nome da mulher nem dos filhos. Também nunca perguntei, nem me interessava saber. Uma única vez me apresentou Romeo, filho mais velho que cuidava dos seus negócios. Nunca mais o vi nem na fazenda nem na cidade. Uma única vez perguntou-me o nome das minhas filhas : Alice e Elisa, eu disse. Bonito! Bonitos nomes, ele falou.

Quando toda a papelada enfim ficou pronta e finalmente tudo se acertara. Eu me preparava para voltar para a capital. Achei o João calado naquele dia, sempre parecendo que iria abrir a boca e dizer algo. Seria muita ingenuidade minha imaginar que pudesse ser um assunto mais sério referente a nós dois; afinal nada se passara que não fosse apenas cordial, comercial e normal. Mas sabe que lá no fundo eu bem que queria ouvir uma declaração de amor?

Depois que conheci o João e nos aproximamos para resolver a compra das terras eu voltara a sentir cheiros. Primeiro do café torrado em casa de Fany, depois o cheiro do pequi no mercado de Milagres e pensei comigo, se sinto cheiro de novo estou voltando à vida outra vez. Será que estou apaixonada ? Desde que o falecido se fora, meu olfato se foi junto e fiquei uma mulher sem cheiro de nada.

Uma tarde fria de julho, já com toda a papelada pronta e assinada e o dinheiro depositado em minha conta achei que o fim de um negócio como aquele merecia uma celebração. Comprei uma garrafa de vinho, levei umas coisinhas fatiadas, uns pães e fiz uma surpresa para o João, sem avisar. O sol começava a se esconder banhando tudo de um alaranjado tão lindo. João ficou muito feliz. Não sabia o que fazer para me agradece re tentava a todo custo, me agradar. Parecia um adolescente, assim que nem eu com o coração saindo pela boca.

Foram poucas palavras, muitos carinhos, beijos entre silêncios e suspiros. Ainda dávamos conta do recado e como foi bom! Me senti viva de novo, quase não trocamos palavra mas o olhar de João dizia tudo. Não dormi na fazenda, voltei dirigindo, feliz e cantando. Quando cheguei em casa todos já dormiam e eu não queria contar para ninguém. Depois de tantos anos eu tinha um segredo só meu. só meu. E nada de Seu João...só João !

Prática, resolvi na manhã seguinte voltar para Beagá. Mandei recado pra ele, que não se preocupasse, estava tudo bem e logo eu voltaria para passar os últimos dias das férias de julho. Minha filha havia ligado e precisava de mim, resolver detalhes da formatura.

Durante estes poucos dias fora de Milagres recebi várias cartas de João. Nada de computadores, e-mails, telefonemas – cartas, com cheiro de papel, envelope cheirando a cola, os selos. Ficava imaginando ele na cozinha, escrevendo na mesa grande, pensando no que me dizer, indo ao correio para postar todas aquelas mensagens doces. Ah, João me parecia tão sincero mas e o medo que eu sentia ? Era muito maior que sua sinceridade. Acredite! Junto com as cartas me chegavam fotos dele ainda criança, com os pais, em Carmona, na Itália. Achava tudo tão engraçado, nem parecia que toda aquela história se passava comigo. O certo é que não voltei para o final das férias, estava embevecida com as cartas, as fotos, o cheiro do papel que agora eu voltara a sentir. E respondia a todas elas. Tirava do vasinho uma violeta, e com durex pregava a florzinha no papel. Também enviei uma foto, mas me senti tão ridícula. Imagina se as meninas soubessem destas coisas. Eu morreria de vergonha, por certo!

Casamento eu não queria, nem João poderia – afinal tinha mulher e filhos. Amante, eu não aceitava. Foi um custo me deitar com ele sem ter nenhum compromisso formal. O que eu queria então ? Queria que ele viesse a Belo Horizonte, que se hospedasse em um hotel bem simplesinho, e eu me encontraria com ele todos os dias, na hora em que ele quisesse. Mas João achava que só isto era pouco. Resolvemos que uma semana viajando poderia ser bom pra nós. Fomos para uma praia tranqüila, sem crianças gritando, sem sol forte demais, água morninha e cada final de tarde mais lindo que o outro. Eu cuidei de tudo e ele cuidou das mentiras que falaria com a família. Com as meninas foi bem mais fácil. Tinha uma grande amiga morando em Guaraparí e para me encontrar com ela eu viajaria no próximo sábado. Por poucos dias.

Foram dias e noites fantásticas dos quais me lembrarei com profunda emoção para o resto de minha vida. Cada vez nos gostando mais começava a ficar difícil encontrar uma solução para nós dois. Não poderíamos simplesmente chegar para as pessoas e contar a verdade, o que se passava entre nós. Também não poderíamos assumir nada. João não era um homem livre. Livre era eu, que também não pretendia se prender. Queria ficar assim, achando tudo tão moderno, tão bom. Comecei a gostar da minha imagem no espelho, passei a me olhar com mais gosto, mais amor.minha auto-estima, finalmente, aumentava dia a dia.

Quando voltamos dos dias passados em Jacaraípe achei que seria bom ter uma conversa franca com João. Olha, João, não acho que vale a pena, sabe. Sou franca. Não quero lhe causar tristeza depois.Não sou a companhia ideal que você gostaria que eu fosse. Veja bem, estou só há seis anos e nesses anos todos meu coração foi se fechando aos poucos até se fechar por completo. Trancou por dentro. Nem que eu gostasse assim tanto dele, você entende João, mas achei uma ingratidão grande por demais e fui ficando com o pensamento só naquilo, só na ida dele, nas meninas e eu. Sozinha, com 2 filhas. Foi fácil não. E daí, fiquei assim, uma mulher seca, sem vontade, sem alegria, sem saudade. Sinto saudades não. Lembrança boa ou ruim, nenhuma diferença me faz. Minha vida é como um livro de gravuras, umas coloridas, outras preto e branco, e eu apenas vou passando as páginas. Mas saudade, de ter vontade de voltar ao passado, por que foi bom, por que foi gostoso, tenho não. De nada. Vejo fotos, e nem parece que sou eu. Não me vejo em lugar nenhum. Como se nunca tivesse guardado um sorriso, uma imagem que me fizesse feliz.

Não me lembro mais nada de bom, nem da minha infância, de pai, de mãe, da fazenda velha, das tardes de calor bravo, o banho no rio, nada eu lembro com gosto, lembro só por lembrar. A professora, as meninas da escola, as festas, as procissões na igreja, o canto coral! Tá tudo registrado, sabe. Mas só isto. Casamento, nascimento de filho, morte de parentes, nada. Eu vivo numa bola de vidro, uma redoma, é isto – eu vejo tudo e todo mundo me vê, mas é só. E tem mais, o futuro me assusta. Tenho medo, muito medo de ser coisa passageira, assim, só um fogo de palha e depois, o que será de mim, depois? O que será de nós, se não der certo ? E se der certo, como é que vamos fazer? Vejo solução não.

Olha só, presta atenção. Outro dia mesmo lá na praia, nós dois deitados na areia, começou a chover, lembra? A chuva caia assim, comprida e eu fiquei ali pensando na minha vida, querendo sentir saudade de nós dois, daquele momento, de alguma coisa, sem conseguir. Querendo sentir cheiro da chuva, da areia molhada, a maresia mas eu não podia, não conseguia. Aí, João, você me fala essas coisas todas. Fico sem jeito. Sou mulher acostumada a ouvir coisas assim não. Fico sem jeito, fico envergonhada, me sinto mal, mal mesmo. Mas também reconheço que culpa você não tem. Nas coisas do coração a gente não manda. Mas não posso mentir nem deixar que você se engane a meu respeito.

Ontem fiquei pensando enquanto você dormia no sofá. Que diacho, sô. Nesta altura da vida, o que este homem tem que me dispara assim o coração, deixando ele acelerado, batendo que nem doido. Como pode uma mulher na minha idade! Que resposta ? Resposta de que ? Fiquei ensaiando, falando baixo um discurso para dizer a você que minha resposta é não. Acho que já chega. Melhor parar por aqui. Poupar sofrimento para nós dois, João.

Os olhos de João se fizeram mais claros ainda e dentro daquele azul eu quis mergulhar. Dizer que nada daquilo era verdade. Que eu faria o que ele quisesse. Que pouco me importava se fosse ilegal, imoral, inadequado, proibido, censurado.

Ficamos em silêncio por longo tempo. Eu havia falado demais, muito mais do que ele precisava ouvir e ele nada dissera. Me pegou pela mão e fomos caminhando.

Do aeroporto de Vitória desci na Pampulha e João seguiu para Montes Claros, ficava mais perto de Milagres. Viemos em silêncio. Olhares cheios de carinho, mas nem uma palavra sobre nosso ponto de interrogação.

Venho marcando um xis não calendário da minha agenda.

Faz 32 dias que não falo com João. Mais de mês que voltamos das férias.

Às vezes me arrependo de ter sido tão direta...poderia ter sido mais flexível, deixar as coisas como estavam. E se ele não me procurar nunca mais? Se eu estiver perdendo a maior chance da minha vida? Tantas perguntas sem respostas me deixam com dor de cabeça. Abaixo a televisão, vou até a cozinha. Preciso de uma neosaldina. Procuro a caixinha de remédio, do lado, em cima da bandeja um envelope...

João!


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