terça-feira, 30 de novembro de 2010

Estúdio: Paulo Thomaz

Paulo Sérgio Thomaz canta Balansoul

O Visconde Paulo Thomaz e The Kameron se apresentam tocando Balansoul. Para saber mais sobre Paulo Thomaz entre em http://www.youtube.com/user/pausethom e http://soundcloud.com/paulo-thomaz.

O MATERIAL ACIMA FOI CEDIDO E AUTORIZADO POR PAULO SÉRGIO THOMAZ

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Anfiteatro: Suelen Ogando

O Castelo do Poeta entrevista Suellen Ogando,jornalista, atriz, cantora, pesquisadora em Teatro Musical de 25 anos, em Belo Horizonte.
DEZ perguntas, DEZ respostas, DEZ anos de carreira e muitas historias para contar do seu Teatro Musical.
Por João Lenjob

UM
CP: Suelen, dez anos de carreira; como começou?

SO: Desde pequena sempre fui muito conversada. Já cantava aos dois anos de idade com minha mãe que tocava violão. Então eu tenho esse "time" desde pequena. Lembro me que vestia as roupas da minha mãe/avó e sapatos e ficava bricando sozinha. Aos 11 anos fiz minha primeira peça amadora na Igreja.


DOIS

CP: Conte um pouco desta trajetoria.

SO: Com 15 anos começei a estudar teatro pelo Grupo Skené, sob direção de Wenceslau Coimbra e apoio de Ítalo Mudado, Yuri Siomon e Iolene D'Stefano. Este primeiro ano de estudo, em 2000, resultou na montagem de "O Livro das Ignoranças", de Manoel de Barros. Depois fiz mais três espetáculos com este grupo: Morte Vida Severina que foi minha primeira peça cantando eu fiz o papel da retirante, O Grande Teatro do Mundo fiz o papel da "Voz", que cantava, fruto dos elogios de meu diretor para com a minha voz. Daí acreditei nele (risos) e começei a querer estudar. Em 2004 começei a fazer Musical com personagem A Galinha no espetáculo "Os Saltimbancos". Em 2008/2009 estava no espetáculo Musicado "Auto da Compadecida", em que fiz a Compadecida que entrava em um andor cantando a música composta por Leri Faria. Em 2009 foi meu grande Boom em Teatro Musical. Dediquei totalmente ao gênero. Fiz Oficina de Introdução ao Teatro Musical com Ana Taglianetti e o curso de um ano no Departamento de Música da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) que resultou em duas montagens: Noite na Broadway II e A Pequena Sereia (versão estendida). Em Noite na Broadway II fui solista em três números e na "A Pequena Sereia" aproveitei para vivenciar o back stage. Em 2009 ainda fiz Master Class, em São Paulo, com o ator e cantor da Broadway, Tituss Burgess. Esta experiência foi ótima, pois ter um Feed Back do seu trabalho tanto em atuar como cantar de um profissional da Broadway é muito bom. Em 2010, estreiei no Musical "A Pequena Sereia" versão estendida como a personagem Úrsula, sendo que já faço este personagem na versão pocket do diretor Fernando Bustamante há seis anos, pela Cyntilante Produções.






















TRÊS

CP: Você sempre quis ir só pra cênicas ou a música chegou a alfinetar você também?

SO: Sempre gostei do Teatro e Música, assim como a dança, que envolve a música e interpretação. Mas a música é algo que realmente "quem canta seus males espanta", incrível.



QUATRO

CP: Você se inspira em alguém pra atuar ou cantar??

SO: Para cantar Musical quem me inspira é Sherie Renne Scott, uma diva dos Musicais em Nova Yorque, que inclusive fez a Ursula do Musical A Pequena Sereia da Broadway, dentre outros grandes personagens como Aida, do Musical com o mesmo nome.

Gosto também do trabalho da Helena Bonham Carter, que viveu a Mrs. Lovett no Musical Sweeney Todd e a Rainha Vermelha, em Alice no País das Maravilhas.





















CINCO

CP: Você tem outras habilidades artísticas além das que envolve musicais, dança, canto, expressão???

SO: Artísticas não, mas esportivas sim. Eu jogo futebol e handboll (risos). Acho que o esporte colabora muito com o teatro por causa do reflexo, da preparação física. Ainda mais se falando de Musical que é fundamental ter um preparo físico exemplar. Imagina cantar e dançar sem desafinar? Só com muito preparo.



SEIS
CP: Voltando às artes cênicas, que a trouxe a entrevista, quem são os grandes nomes do teatro mineiro hoje???

SO: Tomando as artes cênicas para o teatro, novela: Debora Falabella e Daniel de Oliveira, que são os pioneiros em expansão de atores mineiros da nova geração, ainda que tenham muitos atores bons da média e nova geração. Mas em Musical cito nome de Beto Sorolli um cantor, ator e professor de Belting que sempre tem participado de Audição em SP e RJ, representando o nome de Minas lá fora, tem muita gente nova da leva de Musicais seria injusto citar nomes e esquecer de alguns.

















SETE

CP: O que você acha sobre falta incentivo por falta da sociedade e do governo em relação à arte e ao esporte alternativo brasileiro? Existe algum recurso para isso??

SO: Estes dias estava comentando com uma amiga o quanto a Lei de Incentivo é complicada em nosso país, pois uma vez que ela tende a ser democrática, ela acaba ajudando grandes artistas, que nem precisavam do dinheiro para fazer, por exemplo, um DVD, pois em um show ja faturam muito, assim como "circos" que chegam com Lei de Incentivo à Cultura e que os ingressos são um absurdo. Daí eu me pergunto como ficam os médios e pequenos artistas? Espero que com o "Nova Lei de Incentivo a Cultura" que está em discussão, os médios e pequenos artistas possam ter a sua vez.



OITO

CP: Mas falando em 10 anos de carreira, quais são seus planos para o futuro??

SO: Desejo ainda estudar Teatro Musical na NYFA (New York Academy Film) e em Nova Yorque, uma vez que minha tia mora lá, já é um começo. Pretendo continuar pesquisando Teatro Musical, defender minha dissertação na UFMG. Eu estou sendo uma pioneira em pesquisa neste gênero em Minas, então vamos que vamos defender a causa: Teatro Musical.






















NOVE

CP: Quais foram nestes dez anos de carreira o pior e o melhor momento??

SO: Todos momentos foram bons, pois desde de 2000 eu traçei a meta de fazer uma peça por mínimo no ano e em 2007 entrei na Grafite Teatro Empresarial em que pude fazer mais de oito peças inéditas por ano. Ter trabalhado no Teatro Empresarial me ajudou a ser mais ativa no teatro, decorar mais rápido os textos, marcações e a desenvolver um personagem em pouco tempo.E o legal que neste 10 anos passei por tudo no Teatro: drama, comédia, teatro empresarial, teatro musical.



DEZ

CP: E qual recado para o novo ator e atleta, pra vencer sem medo das dificuldades e alcançar assim dez, vinte, trinta anos de carreira para mais?

SO: Parece clichê, mas se você acredita em seus sonhos vá atrás. Você já sabe e tem certeza do "Não", você tem que correr atrás é do "Sim" e mesmo que ganhe um "Não", se é isso que você quer, vá em frente. Não desista!


A Viscondessa Suellen Ogando é atriz em Belo Horizonte e atua geralmente em musicais. Mais do trabalho da atriz e cantora pode ser encontrado em seu site, www.facebook.com/suellenogando e seu contato é sogando19@hotmail.com.

ENTREVISTA AUTORIZADA
MATERIAL CEDIDO E AUTORIZADO POR SUELEN OGANDO

sábado, 27 de novembro de 2010

Trilha: Aventureiros

Pescaria de Camarão

















































Em
Caravelas, Bahia, Os Aventureiros Cavaleiros Hugo e Juca partiram a nau para aprender a pescar camarão e passaram um dia inteiro ao lado de pescadores nativos.

O MATERIAL ACIMA É DE RESPONSABILIDADE DOS COLABORADORES HUGO E JUCA

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Aquarela: Thalita Alves

A Artista Plástica Thalita apresenta sua exposição Essencia





















































































































































































A Viscondessa, a Artista mineira Thalita Alves ainda pode ser vista no face através da página facebook: http://www.facebook.com/pages/Thalita-Alves-Cores-e-Formas/148388701874056 e seu twitter é @tatatai.

O MATERIAL ACIMA FOI CEDIDO E AUTORIZADO POR THALITA ALVES

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Projetor: Adagio

Curta e Making Of de Adágio




O Visconde Olavo de Castro é ator mineiro de 33 anos. Seu twitter é twitter.com/decastroator.

O MATERIAL ACIMA FOI CEDIDO E AUTORIZADO POR OLAVO DE CASTRO

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Trono: Mônica Montone

Mônica Cantando


Mônica Escrevendo



Mônica Dançando

A versátil e talentosa artista carioca foi a nossa primeira artista a ir pro Trono. e ganhar o título de Rainha. Com todos méritos a cantora em seu clipe interpreta Te Amo de Amor; em seguida, no vídeo seguinte ela posa para o Visconde, o fotógrafo Rogério Felício, em seu curta, interpretando a "orelha" do seu livro "Mulher de Minutos"; que narra , com poema, de mesmo nome, no curta do vídeo seguinte; e, fecha dançando no Cabaré do Domingos em Ipanema, Rio. Deus salve a Rainha Montone do Castelo do Poeta.
Para conhecer mais e melhor todos os trabalhos dela é só entrar em http://www.monicamontone.com. Em breve ela volta separadamente nos quadros da barra lateral com outros trabalhos.

O MATERIAL ACIMA FOI CEDIDO E AUTORIZADO POR MÔNICA MONTONE

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Estúdio: Maurinho Nastácia

Dose Dupla: Maurinho Nastácia e os Malditos cantam Qualquer Bobagem de Tom Zé com Sylvia Klein e 2001 com Marina Machado

O Visconde Maurinho Nastácia é cantor mineiro, vocalista da Banda Tianastácia, http://www.tianastacia.com.br e canta com as Viscondessas, as cantora Marina Machado e Sylvia Klein.

O MATERIAL ACIMA FOI CEDIDO E AUTORIZADO POR MAURINHO NASTÁCIA

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Aquarela: Andreza Nazareth

Castelo do Poeta entrevista Andreza Nazareth, artista plástica de 26 anos.
DEZ perguntas, DEZ respostas, algumas fotos e muitas formas de pintar e desenhar.
Por João Lenjob

UM
CP: Como e quando começou a sua historia com as artes plásticas??

AN: Começou cedo, quando comecei a fazer aulas de desenho aos seis anos de idade e pintura aos nove.


DOIS
CP: Existe alguma grande diferença do profissional da pintura para o do desenho como existe para quem as aprecia??

AN: O nivel de dedicação é a mesma para as duas vertentes, mas são coisas que exigem técnicas distintas. Na maioria das vezes a pintura se apresenta livre, enquanto o desenho exige mais técnica e um olhar mais apurado. Mas a pintura fica muito mais fácil quando o grau de conhecimento do desenho é maior.
















TRÊS

CP: Você tem preferencia dentre as duas ou varia conforme o momento ou o pedido de algum cliente??

AN: Gosto das duas por igual. Cada trabalho exige um momento e um cliente.


QUATRO
CP: Você se inspira em que ou quem para representar suas habilidades plásticas??

AN: Digo que nós somos a soma de tudo que vemos ou experimentamos, mas tenho minhas preferências sim. Adoro "klimt" com suas mulheres lindas e sensuais e adoro "Frida Kahlo". Na verdade minha maior inspiração. Gosto do excesso da arte mexicana.





















CINCO
CP: Você quando brota em sua arte o corpo feminino, procura explorar a mulher dentro de você ou deixa imagem da mulher surgir naturalmente??

AN: O artista no geral deixa brotar o que vem de dentro. No meu caso é a mesma coisa. Deixo brotar experiencias vividas das varias mulheres que existem dentro de mim


SEIS:
CP: Você tem uma tendencia ou gosto especial por cores???

AN: Gosto do contraste entre preto e branco e amo o vermelho.





















SETE
CP: Você tem outras habilidades artísticas ou gostaria de ter?? Acha que outras artes influenciam no seu trabalho??

AN: Claro! Tudo influencia nossa trabalho. Música, teatro, televisão, literatura, mas pretendo continuar me aprofundando mais e mais nas artes plásticas mesmo.


OITO
CP: Como você se lida com a falta de incentivo por parte do governo e da sociedade para com artes menos presentes na midia como as plásticas??

AN: Acho que ainda tem um longo caminho a ser percorrido, de fato. Mas aos poucos a sociedade está aceitando as artes. A partir do momento que ela começou a se tornar mais popular, a cabeça começou a mudar. Claro que como tudo na vida, este caminho exige um tempo. Quanto ao governo acho a mesma coisa. Eles também estão se abrindo para um novo mundo: o mundo das artes.





















NOVE
CP: Quais são os próximos projetos da andreza nazareth??

AN: Meu próximo projeto é a execussão de uma série, no mesmo estilo das mulheres do vestido estampado, para uma exposição, mas que ainda não tem data marcada.


DEZ
CP: O que você diria para o novo artista, o novo atleta, que vê tanta dificuldade para prosseguir na carreira, mas que quer continuar??

AN: Que continue se dedicando e insistindo no seu sonho. Quando fazemos aquilo que gostamos, mais dia, menos dia nossa recompensa chega.


A Viscondessa Andreza Nazareth é artista plástica mineira. Uma das mais perfeitas que conheço e conheço bem. Mais do trabalho dela pode ser encontrado emseu face book com o nome em epígrafe ou seu contato: nazareth_desenhista@hotmail.com.

ENTREVISTA AUTORIZADA
MATERIAL CEDIDO E AUTORIZADO POR ANDREZA NAZARETH

domingo, 21 de novembro de 2010

Trilha: Aventureiros

No Meio do Meu Caminho

















































Os Cavaleiros e Aventureiros Hugo e Juca partiram para a Bahia e foram surpreendidos pela quebra do carro, ou seja: a montaria, mas chegaram no litoral baiano. Não percam as próximas atrações.

O MATERIAL ACIMA É DE RESPONSABILIDADE DOS COLABORADORES HUGO E JUCA

sábado, 20 de novembro de 2010

Continuação: Theodore Está Me Traindo

...Continuando Theodore Está Me Traindo

Um calor me consome, tiro o casaco, desligo o aquecedor do carro e enquanto espero o sinal coloco um Cd com mantras tibetanos. Ao invés de me acalmar, fico ainda mais nervosa com aquela repetição sem fim. Volto para o rádio, o homem do tempo informa que vem mais frio por aí. O sinal fica verde, eu vou, eu vôo. Mas para onde ? O que será de mim depois da aula de yoga? Depois de todas as posições invertidas, respirações e relaxamentos, voltarei para o meu inferno particular, e daí? Tenho sede e nem uma garrafinha de seltzerwather no carro. À minha direita o Madison Square Garden, fervilhando de gente nessa manhã de quarta-feira. Não falta muito para chegar ao Greenwich Village. A academia fica na Christopher Street e não vou me atrasar. Respiro longa e profundamente. Vai me fazer bem essa aula de hoje, só espero poder falar com Mrs. Narayana no intervalo. Ela sabe ouvir e terá, muito, o que escutar de mim.

"...Existe uma conexão fundamental entre a respiração e os estados físicos, mentais e emocionais. A energia vital, a respiração por detrás da respiração, entra no corpo pelas vias nasais".
Sim, claro. Inspirar em oito tempos, expirar em oito tempos. Esvaziar o pensamento, deixar o corpo flutuar.

Como não pensei antes na possibilidade de Theodore ter outra pessoa.
Infidelidade era algo tão distante do nosso dia-a-dia!
Ou será que distante apenas do meu dia-a-dia?
Trair, enganar, mentir, omitir, aventurar, por mais que eu me considerasse moderna nunca pude conviver com essas idéias. Eu tinha amigas que achavam tudo tão natural. Mary Jo, minha colega de yoga, leva a vida numa boa, sem se importar onde o marido se mete nas muitas vezes em que liga para sua loja em Chinatown e os funcionários nunca sabem dizer onde ele se encontra. Ah, aquele meu chinês, ela diz, mas lá no fundo ela não quer mesmo nem saber. Muito mais cômodo assim. Mary Jo acha que a felicidade se resume em carro com motorista, jóias, viagens, roupas, jantares no The Lion e todos os eletroeletrônicos capazes de fazer a sua vida melhor a um simples toque no remote control. E cachorrinhos! Ah, claro, porque filhos, nem pensar. O chinês não quer, a mãe do chinês abomina a idéia de ganhar um neto criolo, um escurinho de olhos amendoados, pois Mary Jô, na verdade, nasceu Aleyda, negra cubana que hoje delicia-se em New York com as maravilhas do mundo capitalista.

"... a tensão física nos músculos respiratórios, localizados entre as costelas, pode causar rigidez no peito e até dor. Técnicas de respiração descontraída irão liberar a tensão em todo o seu corpo".

Theodore ! Como pude ser tão ingênua ao ponto de acreditar nos muitos novos clientes, no escritório caótico, nos projetos se acumulando sobre sua mesa, nas horas extras, trabalho e mais trabalho. Ainda que tudo fosse verdadeiro não seria necessário tanto tempo extra a cada dia, todos os dias da semana, inclusive aos sábados! Fico me perguntando, quando foi mesmo que Theodore começou a mudar. Não me recordo, não me lembro. E ele mudou sim. Até reclamei do quanto ele vinha fumando, sempre de cigarro na mão, aquele hálito que não me agradava nem um pouco, um cheiro horrível em suas camisas brancas, no travesseiro, tudo impregnado com o mesmo e terrível cheiro-de-cigarro. Ele vinha também bebendo mais do que o normal. Já não mais socialmente, mas freqüentemente. Andava meio calado mas como nunca fora de falar muito, eu pensava que tudo andava bem.

Algumas vezes me lembro de ter acordado à noite para fazer xixi e encontrá-lo no sofá, deitado, fumando e ouvindo seus discos de jazz. Insone, dizia ele, não consigo me desligar do trabalho, você sabe como é.
É, eu sabia...

"...além de incentivar a respiração através do nariz, num padrão suave, a yoga estimula o uso do diafragma e a coordenação entre movimento e respiração".

Depois da aula vejo que Mrs. Narayana não falará comigo.
Tem um swami esperando por ela.
Mary Jô me pede uma carona.
Digo que tudo bem.
Espero por ela no estacionamento.
Coloco um casaco por cima da malha e desço de uniforme mesmo. Ela fala sem parar, nem percebe minha angústia. Temos alguns minutos até a Penn Station, ali na 34 street. Falamos de coisas banais, o frio, a manhã, o final de semana. Convida para uma ida até Atlantic City. Mary Jô adora um cassino, enlouquece diante de uma roleta. Enquanto fala coloca os dedos finos sobre as marquinhas no vidro do carro. Sinto uma estranha sensação, muito estranha...

Theodore já terá ligado pelo menos uma vez antes do almoço?
Hoje, consultório só depois do meio dia. Posso passar em casa, sem pressa, mexer em alguns bolsos, xeretar suas gavetas, alguma outra pista deve existir. Mas que tipo de mulher sou eu? Estou ou não triste com a descoberta? Tenho certeza ou não do fato consumado? Quero bancar a detetive ridícula ou não? Não sei se quero ligar para minha amiga Jennifer. Tenho vergonha de mostrar minha dor; e se nada disso for verdade? Eu preciso saber, mas como? Vou telefonar...Para quem? Vou dizer o que? Quero minha mãe, preciso de colo, mas acho melhor, não. Todos saberão que fui passada para trás. Não me agrada essa idéia. Fico olhando as pessoas correndo lá fora. Fico imaginando coisas, muitas coisas.

Preciso saber se o meu carro ficou pronto, não vejo a hora de entregar, para o Theo, o carro dele, com as marquinhas dele. Não toquei em nada, mas quero saber das marquinhas. Chego em casa, tomo um banho e enquanto preparo uma salada ligo para o escritório. Ele conversa normalmente como se nada houvesse de diferente (e talvez para ele não haja mesmo). Pode pegar o meu carro no final da tarde? Sim, na Lexington quase esquina da 68, perto do Hunter College. Bye !

Já estou me refazendo, programação neurolinguística é coisa séria, adianta mesmo. Venho me exercitando desde a hora do banho e já começo a me sentir diferente. Entre um suspiro e outro vou exercitando minha respiração bástrica. Acendi uns sticks de sândalo, acendi uma vela amarela, coloco-a frente a uma foto nossa, felizes e sorridentes nas últimas férias de inverno. Peço proteção a Deus, à Krishna, aos monges do Tibet, invoco Buda, quem puder me ajudar... que venham todos em meu socorro. Help !


Passo a tarde atendendo no consultório. Nenhuma novidade, a mesma rotina de sempre. Um dente que incomoda, uma obturação que soltou, um siso que insiste em despontar. Olho incontáveis vezes para o relógio. Quero ir para casa, mas não quero ir para casa. Quero olhar Theo nos olhos e perguntar o que quero saber. Mas eu não quero saber. Quero enfrentar a realidade, encarar os fatos. Mas a realidade é tão dura e os fatos tão convincentes. Encarar os problemas, por piores que eles sejam, é sinal de força. Mas eu não sou uma mulher forte, não sou corajosa. Me pego numa fragilidade sem fim, uma trapezista sem rede. Quero que tudo se resolva rapidamente, mas não quero que doa, não quero sentir pena de mim. Tudo, menos auto-compaixão !

São duas horas da manhã e Theo ainda não chegou. Jantei sozinha, assisti o jornal na tv, li rapidamente as notícias na Internet, joguei paciência mas, impaciente, fui arrumar gavetas. Organizei os casacos, todos com o cabide virado para o mesmo lado; dobrei blusas, dependurei camisas, organizei sapatos em caixas; refiz a pilha de malhas, juntei pés de meias, tirei do dedo a aliança. Só então começo a chorar. Choro de verdade, lágrimas quentes em cascatas.

Choro por mim, pela minha dor, pela decepção, pelo inesperado da situação, pela incerteza, pelo luto em meu coração. Choro pelos planos que fizemos juntos, pelas viagens programadas, pela casa vazia e triste sem seus livros e discos antigos de jazz. Choro por Theo, por sua deslealdade comigo, reconheço sua infelicidade, me arrependo de tudo quanto não fizéramos por nós. Lamento pelos filhos que tanto planejamos, pela casa de campo nunca construída, pelas noites em que dormimos sem nos perdoar, das bobagens que nos dissemos, das mágoas que nos causamos, todas desnecessárias. Agora deve ser tarde... Revejo nossa vida, juntos e acredito que nós dois, ele e eu, permitimos muito, fizemos concessões demais, cuidamos pouco do nosso afeto, fomos deixando que o dia-a-dia nos consumisse e agora, olha só no que deu. Separados... assim seremos daqui pra frente. Será mesmo ? Oh, Deus !

Perdi a conta de quantas xícaras de chá foram consumidas até que a porta se abrisse e Theo aparecesse.

Hoje é quinta-feira, meu day-off.
Não tenho vontade de sair da cama.
Faz muito frio, o dia está cinzento e o sol não vai aparecer. Acabou-se, tudo resolvido. Me abraço ao travesseiro dele, decido ali que chorarei cada vez menos. A dor no peito não pode ficar para sempre. Não sou a única. Vai passar. Lentamente, mas vai passar. Não morrerei. Não matarei ninguém. Somos práticos e tudo será resolvido civilizadamente. Preciso de tempo, de muito tempo. Preciso reorganizar minhas idéias, preciso de aspirina para minha dor de cabeça, de prozac para melhorar o meu dia, de coragem para sair à rua, de colo, de falar com alguém, de lexotan para poder dormir. Preciso de tanto!

No vazio do meu coração, da minha alma, da minha mente ecoa uma frase única:
- Sim, o nome dela é Sarah.


Para comentar favor voltar para o Theodore Está Me Traindo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Porta-Retrato: Ilana Lansky

Ilana Lansky fotografa Raquel Jones em Noivas Debaixo D'água





























































































































































A Viscondessa Ilana Lansky é fotógrafa mineira e atende pelo telefone 31 9991 5256

AS INFORMAÇÕES E O MATERIAL ACIMA FORAM CEDIDOS E AUTORIZADOS POR ILANA LANSKI

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Projetor: A Cauda de Dinossauro

Christiane Tricerri e Angeli fizeram o roteiro de A Cauda de Dinossauro.

A Viscondessa Christiane Tricerri é atriz paulista, renomada no meio teatral e cênico nacionalmente e ao lado do Visconde Mário Bertolotto atuou neste curta, dirigido pelo Visconde Francisco Garcia.

O MATERIAL ACIMA FOI CEDIDO E AUTORIZADO POR CHRISTIANE TRICERRI E FRANCISCO GARCIA

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Biblioteca: Michelle Crístal

Meatáforas de Mim

Michelle Crístal


I

Nasci como os pássaros

Tão livres e soltos pelo ar

Meu coração seguiu passos

E assim alguém fui eu amar...


II

Veio como um anjo noturno

Motivo de eu gostar da noite

Com um olhar tão profundo

E ternos beijos como açoite...

II

Gritei para o mundo saber

E para que ele me amasse

Mas logo vinha o amanhecer

Sem que ele pernoitasse...


III

Nos livros busquei, então

Vasculhei laudos e folhas:

O motivo e a explicação

De como amar as pessoas...


IV

Cresci com amigos invisíveis

E os considero meus anjos

São amigos indestrutíveis

Como querubins e arcanjos...


A Viscondessa Michelle Crístal é jovem escritora paulista e mais do seu trabalho pode ser encontrado em seu blog com o endereço http://floresdecristal.blogspot.com/.


O POEMA ACIMA FOI CEDIDO E AUTORIZADO POR MICHELLE CRÍSTAL

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Estúdio: Elaine Fiora

Elaine Fiora e Lincoln Meirelles - The Man I Love



A Viscondessa Elaine Fiora é cantora de Londrina e reside em Belo Horizonte e canta com o músico, o Visconde Lincoln Meirelles. Mais sobre o trabalho da artista pode ser encontrado nos http://www.purevolume.com/elainefiora, http://www.palcomp3.com.br/ellafjazz e http://www.myspace.com/elainefiora.
Conheço esta profissional há anos e conheço muito mais que seu talento, mas sua dedicação e uma afetuosa forma de ser amiga.

João Lenjob
twitter: @lenjob
http://lenjob.blogspot.com

O MATERIAL ACIMA FOI CEDIDO E AUTORIZADO POR ELAINE FIORA

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Anfiteatro: Paloma Bernardi

O Castelo do Poeta entrevista Paloma Bernardi, atualmente atriz da Rede Globo e dançarina de 25 anos.
DEZ perguntas, DEZ respostas, algumas fotos e muitas formas de principalmente, atuar.
Por João Lenjob

UM
CP: Quantos anos você tem de carreira??

PB: Comecei aos quatro anos de idade, fazendo publicidade, desfiles, fotos. Esta era a minha brincadeira de criança. Com o tempo fui crescendo e fazendo cursos voltados para as artes, principalmente teatro e dança. Se for contar desde os quatro anos ja tenho 21 anos de carreira, Mas posso dizer que aos 11 anos fiz a minha primeira novela (Colegio Brasil) e aos 23 mutantes. Este ano Viver a Vida (novela do Manoel Carlos de horario nobre da Globo) e no próximo Insensato Coração (Novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares também de horario nobre na Globo). Se conto pelas novelas são 14 anos (risos).


DOIS
CP: No que conheço você, sinto bem referencia de sua personagem Mia (personagem da novela do Maneco), pela pureza, seu jeitinho doce, discreto. Existem muitas diferenças ou você realmente se parece com ela??

PB: Com certeza sempre terá algo da Paloma nas personagens que faço. Me identifico com a Mia no sentido de saber ser grata as pessoas que me ajudam de alguma forma. Ser grata pela vida e estar sempre pronta para ajudar o proximo, mas uma grande diferença é que ela vivia apenas a vida dos outros e eu além de viver a vida dos outros vivo também a minha, desde que nasci. Vivo os meus sonhos, meus objetivos. Enfrento meus limites e etc.















TRÊS

CP: Quem foi a sua inspiração na dança e nas artes cênicas??

PB: Bom, na dança admiro Denise Stocks, Ana Botafogo e porque não citar também a minha mae (Dil Bernardi) que foi bailarina do Ballet Popular do Recife. Ela quem me apresentou o folclore popular. Nas artes ceninas, nossa!!!! Tenho muito nomes. Cada um em um momento especial serve de inspiração para mim. Mas atualmente posso dizer Lilia Cabral, Fernanda Montenegro, Tony Ramos.


QUATRO
CP: Qual foi a dificuldade de encenar ao lado de José Mayer, Lilia Cabral e Alinne Moraes com papéis fortíssimos e ainda tendo que ficar bem na fita com o maneco?? Pergunto pela qualidade dos profissionais mas também das características dos seus personagens.

PB: Olha, dificuldade eu nao tive graças a Deus, pois desde o inicio eles me receberam muito bem. A acolhida foi incrivel!!! Masssssssssssss é claro que bateu uma ansiedade, um nervoso natural, o coração batendo forte. Mas deu tudo certo. A parceria foi enorme. Somos familia hoje.
















CINCO

CP: Quais foram o pior e o melhor momentos nas carreiras? Já teve algum motivo que faria você encerrar a carreira?? e teve algum que a incentivou ficar??

PB: Bom, o melhor esta sendo hoje com cada conquista que estou tendo. Não tenho o que reclamar. Estou realizando tudo que sempre desejei. Os piores momentos são aqueles "não's" que recebemos no caminho. Sei que ainda receberei, pois a vida do ator é uma constante sequencia de testes. Na hora choramos muito, bate aquela depressão, mas hoje também sei lidar melhor com isso. Se nao aconteceu era porque nao era pra ser. Deus ja tem tudo planejado. Hoje vejo como foi melhor assim.... E nunca me passou pela cabeça encerrar a carreira, mesmo diante de tantas dificuldades... creio que devemso sempre lutar pelos nossos sonhos e nos alimentarmos do que pode nos levar até lá (Estudo, conhecimentos, contatos, perseverança e etc).


SEIS
CP: Você tem outras habilidades artísticas além de atuar e dançar?? Ou tem vontade de ter??

PB: Não tenho, mas tenho vontade de ter. Como disse: cada habilidade conquistada é uma riqueza adquirida. Escrever por exemplo não sei se tenho o dom. Acho que já nasce junto com a pessoa. Agora, um instrumento preciso parar para me dedicar.















SETE

CP: Você tem uma sensibilidade brilhante, apurada, que conheço "muito bem". Fala de poemas como se entrasse neles. Quais são seus poetas preferidos??

PB: Você atualmente (me deu vontade de deitar no chão, pular da janela). Confesso que leio pouco poemas, então estou me encantando por varios que surgem e nem sei muito bem a autoria, mas hoje, digo que venho acompanhando seu trabalho, que é muito profundo e parece tocar lá dentro. Como se soubesse o que cada pessoa está sentindo.


OITO
CP: Você consegue ver alternativa pra falta de incentivo do governo para a arte e o esporte alternativo?? Qual recado para o novo artista, o novo atleta, seguir a carreira quando tudo está dando errado??

PB: Então. Já fiz muito teatro amador e algumas peças profissionais onde o grupo era o proprio ator, produtor e patrocinador de tudo. É muito complicado. Eu acho que os impostos que o governo tira das empresas..deveriam de fato se voltar aos projetos culturais. Sei que isso já existe, mas são muitos grupos de teatro e muito dinheiro mal investido. E, esta burocracia pra conquistar um incentivo deveria ser simplificada também. Para o novo profissional persistencia, coragem. Comigo foi assim e ainda é assim. Eu nunca desisti. Posso ter conquistado o patamar que sempre desejei, mas tenho muito para conquistar ainda. Muitos "não's" para receber ainda e com certeza os meus "sim´s" estão guardados e eu creio que irei realizar. Acredito que o que é nosso está guardado e na hora certa, no momento certo e no lugar certo, vai acontecer. Deus é o nosso maior empresario e ele conduzirá a nossa vida. Ele conhece os nossos sonhos, nossos limites e nos coloca a frente às oportunidades para amadurecimento e realização. O importante é não desistir. É estudar e seguir.





















NOVE

CP: Quais são seus próximos projetos?

PB: No momento o meu projeto é a novela Insensato Coração. Quero muito voltar a fazer teatro e realizar o sonho de fazer cinema, mas estou abraçando uma conquista de cada vez. Tenho também um projeto paralelo, que é um espaço cultural meu e de minha familia chamado AMARTE (endereço no rodapé da entrevista), onde oferecemos cursos livres para todas as idades e estamos em fase de conseguir patrocinios para projetos sociais.


DEZ
CP: O que você faz nas horas vagas?? Um passeio em um castelo de um poeta, com tantas artes, moda, fotografia, esportes alternativos, dá pra ficar a vida toda??

PB: Cinema, teatro, familia. Gosto de ficar sozinha comigo mesma. Adoro estar com meus amigos em um bar, conversando ou dançando e me adapto bem também ficando sozinha. E um passeio assim pelo Castelo? Ohhh!! Com certeza!! Quem ama a arte acaba sendo fisgado pelas fotos, pelos textos, pelos conhecimentos. Dá para se inspirar, renovar, criar, se influenciar. E quem ainda não conhece a arte profundamente, no mínimo se sente bem visitando o Castelo. É um sentimento que talvez não se sabe de onde vem. Mas que o Castelo proporciona.

A Viscondessa, queridíssima amiga, atenciosa e costumeiramente doce Paloma Bernardi é atriz paulista. Já trabalhou em diversas midias como modelo. Tem histórico no Teatro, fez novela e hoje está na trama Insensato Coração, que estreia em breve, no horario nobre da emissora. Mais do trabalho da atriz pode ser encontrado em http://www.amarteespacocultural.com.br.

João Lenjob
twitter: @lenjob
http://lenjob.blogspot.com

ENTREVISTA AUTORIZADA
MATERIAL ACIMA CEDIDO E AUTORIZADO POR
PALOMA BERNARDI