terça-feira, 22 de novembro de 2011

Biblioteca: Na Aquarela do Brasil

Na Aquarela do Brasil

João Lenjob

A função é de milenar, pra lá de nascimento completamente desconhecido e quando se tornou comercial começou a ser explorada e por fim, divulgada. Ainda que em meados iniciais do último século surgiam nomes como Villa Lobos, Chiquinha Gonzaga, Noel Rosa e Carlos Gomes, que como citou Gonzaga, abriram alas para Farney, Carmem, Ari, Cartola Pixinguinha, que sucessivamente abriram a passarela inteira para já de início Chico, Gil, Rita Lee, Clara Nunes, passando por Tom, Vinícius e João. E como esta tão preciosa Comissão de Frente entrava na avenida a Música Popular Brasileira. Esta herança do blues, do choro, do jazz, e do geneticamente samba mais brasileiro e posterior, o rock americano ou inglês e viva: a guitarra elétrica. A nossa canção é o nosso povo, uma mesclagem de culturas e cores. Um alarido de faunas e floras e uma confusão organizada de ritmos e movimentos. Viramos referências instrumentais e ao modelados de gringos. Temos duas canções entre as dez mais tocadas da história em todo mundo, Garota de Ipanema de Vinícius e Tom, e, Aquarela do Brasil de Ari Barroso. E assim mostramos a nossa cor ao mundo e ele aprecia sem entender por que e como. Assim como não assimilam João Gilberto, Sepultura e o nosso variado Carnaval. E para ser bem franco até nós nos perdemos com a tamanha e heterogênea riqueza. Nem se pode dizer por aí que existe “uma” música brasileira ou haverá de se perguntar, questionar e compreender as vozes de Bituca e Elis, o roll cintilante de Raul Seixas, as letras inconfundíveis de Renato e Arnaldo e o balanço do Skank. Por todas estas vidas é que somos as muitas músicas brasileiras e ouvindo, apreciando, interpretando e cantando somos clássicos, somos músicos. Somos a felicidade multiplicada até quando triste. Somos o dever de casa para os estrangeiros. E somos enfim um resultado que só nós conhecemos. Dentre toques, dedilhados, batidas e sopros afirmo: como é bom pintar o mundo e poder tocar um instrumento.

Em homenagem ao Dia do Músico dedico este texto especial a todos os musicistas brasileiros de todas as naturezas e frentes diferentes da nosssa histório, sobretudo aos que vivem disso e que amam o que fazem. Dedico especialmente à querida e sumida amiga Vivian Seixas, que anda desaparecida. Em nome do Castelo, parabéns!!

João Lenjob
twitter: @lenjob
lenjob@gmail.com

Um comentário:

  1. Aah, a música brasileiraa, que engrandesce e eterniza gerações.. *-*
    Rita Lee, Chico Buarque, Noel Rosaa ♥


    parabéns pelo post, muito real e bonito!

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