segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Poesia no Verde: Beatriz Mascarenhas.

Martírios Urbanos,
Beatriz Mascarenhas.
 
A mente deste homem que corre e sofre só.
Corre sozinho, mas sente, o homem mente?
Segue profanas palavras de gente sem dó.
Em lares cinzentos, de ética dormente.
 
Anestesia contra a mulher da rua, nua.
Pés que ferem o chão, mente atordoada.
Anda sob chuva, ou na avenida escura.
Olhos a tocam e declaram não ser nada.
 
O tempo é só um sopro nos olhos do cego
Que pede moedas em cada suja esquina.
O cego não enxergará por conta do sopro.
E as moedas não mudarão a sua sina.
 
A dor utópica nos fascina.
Mas em momentos de pesadelos reais
Nós somos o homem só.
Somos a mulher nua.
Somos o cego no chão.
Somos a esquina suja da rua.
Somos aqueles que negamos e a eles atribuímos
Um inconsciente perdão
Junto ao alienado e falso
Vício de solidão.

6 comentários:

  1. Instigante, intrigante. Uma visão real demostrada com muita poesia. Gostei muito, Beatriz!

    Parabéns!

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  2. Parabéns Bia!!!
    Pessoal, esta é mais nova integrante do grupo FORMAS EM POEMAS; Beatriz Mascarenhas!
    Ela tem 17 anos.

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  3. Poesia franca e madura. Parabéns Beatriz!

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  4. a dor utópica nos fascina mas...
    Gostei muito, parabens !!!

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  5. A poesia remete ao poeta fingidor do Pessoa de uma forma bem escrita e reflexiva. parabéns.

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