O Castelo do Poeta entrevista Rosa Antuña, Coreógrafa, Professora de Dança Contemporanea e Improvisação, Bailarina referencia, em Belo Horizonte.
DEZ perguntas, DEZ respostas, algumas fotos e muitas formas dançar.
Por João Lenjob
UM
CP: Rosa, quantos anos você tem de carreira??
RA: Bem, eu comecei aos seis anos. Aos 18 fui pra Cuba estudar no centro pro Danza. Aos 19 fui estudar na Alemanha. Cheguei e aos 22 comecei a trabalhar no Grupo de Dança 1° ATO. Tenho 33 e contando a partir daí são 11 anos de carreira profissional.
DOIS
CP: Existe algum gênero da dança que você estudou mais ou que tem preferencia para dançar??
RA: Estudei a vida inteira ballet clássico e dançcei bastante ballet de repertório clássico, mas estudei dança conteomporânea. Aos 22 anos comecei a dançar forró paralelamente à dança contemporanea e dancei muito por muitos anos, o que me levou também pra dança de salão. Assim fui convidada pra dançar como parceira do Jomar Mesquita na Mimulus, num período em que a parceira dele Juliana Macedo havia acabado. Depois voltei pra dança contemporânea e nela estou até hoje e me aperfeiçoei nela com Mário Nascimento.
TRÊS
CP: Você já encontrou muitas dificuldades na dança como contusões ou afins??
RA: Sim. Tenho um tônus muscular muito baixo e frouxidão ligamentar, mas também tenho uma fisioterapeuta maravilhosa, a Andréa Mourão, que me ajuda há anos. Fazemos um trabalho de prevençao de lesões diário. Tenho um treinamento específico que faço todos os dias no pilates, fora as sessões com ela que são quase todos os dias no Centro de Qualidade de Vida. Tenho sempre que ter muito cuidado pra trabalhar, treinar nas temporadas. Não posso repetir muito pois meu corpo não aguenta. Hoje estou também bem preparada, pois faço uma dieta especial, com a Fernanda, da Dinâmica Soluçoes em Saúde. Com este apoio, temos condição de pagar as sessões, pois normalmente é muito acima da nossa realidade econômica como artista hoje.
QUATRO
CP: O que é o palco pra você Rosa?? É impressionante a forma como olha pra ele, como se expressa com ele, conversa com ele.
RA: O palco é a minha casa.
CINCO
CP: Acompanhei o seu trabalho em Mulher Selvagem (monólogo cênico com interação de dança, canto e artes cênicas), e responda por gentileza: a marcação de movimentos é junta ao tempo musical, aos compassos, não é?? Existe ou existiu uma marcação de espaço no cenário?? Você providenciou o cenário para marcar os seus limites e passos??
RA: Sim. Existe uma marcação de espaço no cenário. Sei para onde devi ir e como usar o espaço com equilíbrio ao longo da peça. Mas o cenário não veio com o intuito de marcar os limites e sim para dialogar comigo. Mas naturalmente, acaba marcando alguns limites. É minha casa mesmo! Os móveis do cenário são (eufórica) os móveis da minha casa (risos).
SEIS
CP: Eu que a conheço, sei que escreve bem e em Mulher Selvagem, você canta e atua muito bem. Você aprimorou estes dons para esta peça ou sempre estudou de tudo, mesmo ciente que é prima de uma das melhores atrizes de Minas (Christiane Antuña - atriz referencia em Belo Horizonte com seus trabalhos cênicos)?? Tem outras habilidades artísticas além destas?
RA: Estudei ballet clássico desde pequena. Mas sempre fazia tetaro brincando, na escola. Com o tempo passei a fazer workshops de tetaro sempre que podia. Cheguei a fazer dois períodos do curso de teatro na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), mas abandonei. Fiz Match de improvisação com a Mariana Muniz. Fiz cursos de impro com artistas do México, Colômbia, Fiz Imersão com Eugênio Barba e Júlia Varley. E na música comecei estudando canto na Babaya (também referencia em escola de canto em Belo Horizonte), pois sempre cantei muito mal e achava minha voz insuportável! Depois entrei pro Trovão das Minas, tocando abê e alfaia (Maracatu), na época o Lênis Rino dirigia. Depois cantei um ano num grupo de côco "Pé de Saia E O Menino" onde eu cantava e tocava pandeiro. Fiz um workshop de pandeiro com Marcus Suzano e sempre que posso estudo. Estudei canto também com o Husdon Brasil na Escola de Choro Brasil com S e há mais de uma ano venho estudando canto com a Bárbara Penido, com quem me identifiquei muito e acho que ela sabe como preciso usar a voz nos meus trabalhos. Essa nossa parceria tá dando muito certo. Ela é maravilhosa! E é uma grande artista! Linda!
SETE
CP: Foi complicado fazer a nudez?? Em Mulher Selvagem representar esta sensualidade tão bem foi o mais difícil??
RA: Não. Não foi complicado fazer a nudez. Inclusive esta foi a primeira cena que surgiu e veio pronta. É a cena que mais gosto de fazer no espetáculo! Acho que ela faz sentido pra mim. É chato fazer nudez quando você sente que não faz sentido, mas pra mim, aquela cena pede pra ser assim. então eu faço. Então eu fiz. Eu havia feito nu em um trabalho que o Gerald Thomas dirigiu pro 1° ATO quando trabalhei lá em A Breve Interrupção do Fim, mas fiz a cena nua junto com mais três bailarinas. Só que na época não curti, pois era muito jovem e a cena não fazia o menor sentido pra mim. Na época não gostei.
OITO
CP: Existe um limite para interpretação??
RA: Limite? Sim, temos limites, mas em um trabalho autoral acredito que isso seja mais tranquilo para ser sublimado, pois se somos nós mesmo que estamos criando, somos nós que estamos dispostos a romper os limites. E o primeiro limite é conseguir criar, o segundo é ter coragem de mostrar e o terceiro é sustentar o que criamos. Não há nada melhor do que vencer esses limites.
NOVE
CP: Como fazer para que um novo artista, um novo atleta não desista da carreira mediante a falta de interesse da sociedade e do governo??
RA: Temos uma única saída: ir à luta.
DEZ
CP: Você acha que toda mulher tem que ser um pouco selvagem??
RA: Ser selvagem é simplesmente ser quem você é. Sendo assim, toda mulher deve ser selvagem, deve ser quem ela é, livre, criativa, bela, plena, segura, conectada aos seus instintos.
A Viscondessa Rosa Antuña escreve e bem e é Bailarina e assistente de direção da Companhia Mário Nascimento, em Belo Horizonte. Para conhecer mais sobre ela, acessem http://rosantuna.blogspot.com ou através da Companhia, http://www.ciamn.com.br.
Fotos: Marco Aurélo Prates, Rony Morbi, Silvia Machado e Divulgação.
DEZ perguntas, DEZ respostas, algumas fotos e muitas formas dançar.
Por João Lenjob
UM
CP: Rosa, quantos anos você tem de carreira??
RA: Bem, eu comecei aos seis anos. Aos 18 fui pra Cuba estudar no centro pro Danza. Aos 19 fui estudar na Alemanha. Cheguei e aos 22 comecei a trabalhar no Grupo de Dança 1° ATO. Tenho 33 e contando a partir daí são 11 anos de carreira profissional.
DOIS
CP: Existe algum gênero da dança que você estudou mais ou que tem preferencia para dançar??
RA: Estudei a vida inteira ballet clássico e dançcei bastante ballet de repertório clássico, mas estudei dança conteomporânea. Aos 22 anos comecei a dançar forró paralelamente à dança contemporanea e dancei muito por muitos anos, o que me levou também pra dança de salão. Assim fui convidada pra dançar como parceira do Jomar Mesquita na Mimulus, num período em que a parceira dele Juliana Macedo havia acabado. Depois voltei pra dança contemporânea e nela estou até hoje e me aperfeiçoei nela com Mário Nascimento.
TRÊS
CP: Você já encontrou muitas dificuldades na dança como contusões ou afins??
RA: Sim. Tenho um tônus muscular muito baixo e frouxidão ligamentar, mas também tenho uma fisioterapeuta maravilhosa, a Andréa Mourão, que me ajuda há anos. Fazemos um trabalho de prevençao de lesões diário. Tenho um treinamento específico que faço todos os dias no pilates, fora as sessões com ela que são quase todos os dias no Centro de Qualidade de Vida. Tenho sempre que ter muito cuidado pra trabalhar, treinar nas temporadas. Não posso repetir muito pois meu corpo não aguenta. Hoje estou também bem preparada, pois faço uma dieta especial, com a Fernanda, da Dinâmica Soluçoes em Saúde. Com este apoio, temos condição de pagar as sessões, pois normalmente é muito acima da nossa realidade econômica como artista hoje.
QUATRO
CP: O que é o palco pra você Rosa?? É impressionante a forma como olha pra ele, como se expressa com ele, conversa com ele.
RA: O palco é a minha casa.
CINCO
CP: Acompanhei o seu trabalho em Mulher Selvagem (monólogo cênico com interação de dança, canto e artes cênicas), e responda por gentileza: a marcação de movimentos é junta ao tempo musical, aos compassos, não é?? Existe ou existiu uma marcação de espaço no cenário?? Você providenciou o cenário para marcar os seus limites e passos??
RA: Sim. Existe uma marcação de espaço no cenário. Sei para onde devi ir e como usar o espaço com equilíbrio ao longo da peça. Mas o cenário não veio com o intuito de marcar os limites e sim para dialogar comigo. Mas naturalmente, acaba marcando alguns limites. É minha casa mesmo! Os móveis do cenário são (eufórica) os móveis da minha casa (risos).
SEIS
CP: Eu que a conheço, sei que escreve bem e em Mulher Selvagem, você canta e atua muito bem. Você aprimorou estes dons para esta peça ou sempre estudou de tudo, mesmo ciente que é prima de uma das melhores atrizes de Minas (Christiane Antuña - atriz referencia em Belo Horizonte com seus trabalhos cênicos)?? Tem outras habilidades artísticas além destas?
RA: Estudei ballet clássico desde pequena. Mas sempre fazia tetaro brincando, na escola. Com o tempo passei a fazer workshops de tetaro sempre que podia. Cheguei a fazer dois períodos do curso de teatro na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), mas abandonei. Fiz Match de improvisação com a Mariana Muniz. Fiz cursos de impro com artistas do México, Colômbia, Fiz Imersão com Eugênio Barba e Júlia Varley. E na música comecei estudando canto na Babaya (também referencia em escola de canto em Belo Horizonte), pois sempre cantei muito mal e achava minha voz insuportável! Depois entrei pro Trovão das Minas, tocando abê e alfaia (Maracatu), na época o Lênis Rino dirigia. Depois cantei um ano num grupo de côco "Pé de Saia E O Menino" onde eu cantava e tocava pandeiro. Fiz um workshop de pandeiro com Marcus Suzano e sempre que posso estudo. Estudei canto também com o Husdon Brasil na Escola de Choro Brasil com S e há mais de uma ano venho estudando canto com a Bárbara Penido, com quem me identifiquei muito e acho que ela sabe como preciso usar a voz nos meus trabalhos. Essa nossa parceria tá dando muito certo. Ela é maravilhosa! E é uma grande artista! Linda!
SETE
CP: Foi complicado fazer a nudez?? Em Mulher Selvagem representar esta sensualidade tão bem foi o mais difícil??
RA: Não. Não foi complicado fazer a nudez. Inclusive esta foi a primeira cena que surgiu e veio pronta. É a cena que mais gosto de fazer no espetáculo! Acho que ela faz sentido pra mim. É chato fazer nudez quando você sente que não faz sentido, mas pra mim, aquela cena pede pra ser assim. então eu faço. Então eu fiz. Eu havia feito nu em um trabalho que o Gerald Thomas dirigiu pro 1° ATO quando trabalhei lá em A Breve Interrupção do Fim, mas fiz a cena nua junto com mais três bailarinas. Só que na época não curti, pois era muito jovem e a cena não fazia o menor sentido pra mim. Na época não gostei.
OITO
CP: Existe um limite para interpretação??
RA: Limite? Sim, temos limites, mas em um trabalho autoral acredito que isso seja mais tranquilo para ser sublimado, pois se somos nós mesmo que estamos criando, somos nós que estamos dispostos a romper os limites. E o primeiro limite é conseguir criar, o segundo é ter coragem de mostrar e o terceiro é sustentar o que criamos. Não há nada melhor do que vencer esses limites.
NOVE
CP: Como fazer para que um novo artista, um novo atleta não desista da carreira mediante a falta de interesse da sociedade e do governo??
RA: Temos uma única saída: ir à luta.
DEZ
CP: Você acha que toda mulher tem que ser um pouco selvagem??
RA: Ser selvagem é simplesmente ser quem você é. Sendo assim, toda mulher deve ser selvagem, deve ser quem ela é, livre, criativa, bela, plena, segura, conectada aos seus instintos.
A Viscondessa Rosa Antuña escreve e bem e é Bailarina e assistente de direção da Companhia Mário Nascimento, em Belo Horizonte. Para conhecer mais sobre ela, acessem http://rosantuna.blogspot.com ou através da Companhia, http://www.ciamn.com.br.
Fotos: Marco Aurélo Prates, Rony Morbi, Silvia Machado e Divulgação.
ENTREVISTA AUTORIZADA
MATERIAL CEDIDO E AUTORIZADO POR ROSA ANTUÑA
MATERIAL CEDIDO E AUTORIZADO POR ROSA ANTUÑA
Oiiiiiii João, mega adorei seu blog!! Obrigada pela visita ao meu e estou te seguindo...abs!!
ResponderExcluirhttp://mariabagatella.blogspot.com/
Colega obg pela visita ao Purpurina, adorei o poema e o blog sem dúvidas, tudo que mais gosto está aqui, música, literatura e fotografia!
ResponderExcluirUm beijo e volte sempre!
Também voltarei aqui.
não temos limites...
ResponderExcluirgrande beijo João!
Gostei muito do poema que deixou no meu blog (Vegas)...Obg pela visita,Parabéns pelo blog! BJO!
ResponderExcluirExcelente entrevista com esta artista de quem sou fã há anos!!! (Desde que ela dançava no Centro Mineiro...)
ResponderExcluirLindas fotos, Rosinha!
Quando o espetáculo vem para Brasília?
Beijo
Ana Letícia.
www.mineirasuai.wordpress.com
www.castelodopoeta.blogspot.com
rosa,
ResponderExcluirsou prima da denise, mãe da cristiane...
também estou no castelo, dá uma passadinha pela biblioteca para ler meus contos...
grande beijo
zanjha
Excelente entrevista. Es reconfortante ver tanta sensibilidad y fuerza, tanta ilusión y madurez en una artista tan joven. Ojalá algún día pueda ver actuar a Rosa Antuña en directo. Enquanto isso, parabens y muitos beijos desde Sevilla. María Luisa
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