segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Estúdio: Vinícius Inácio

Castelo do Poeta entrevista Vinícius Gonçalves Inácio, músico, compositor, produtor mineiro.
DEZ perguntas, DEZ respostas, algumas fotos, filme e muitas formas de musicar.
Por João Lenjoba
twitter: @lenjob

UM
CP: Quando começou sua historia musical?

VI: Minha historia com a música começou bem cedo. Desde que me entendo por gente a música estava lá. Cresci em Nova Era e lá tivemos um contato muito peculiar com a música. A banda Lagoana, o Clube da Esquina, os Beatles, as festas, os bares, enfim... aonde íamos, tinha música, boa música!!! Comecei brincando ao violão lá pelos 12 anos e de lá pra cá não larguei mais. Levei a música por diversão e tal até que fui percebendo que ela me fazia bem e que não poderia viver sem respirar som, entende?


DOIS
CP: Entendo, claro! Participei disso com você. Mas o que você costuma ouvir quando quer curtir música e o que ouviu até hoje? O que você acha que todo músico deveria ter na cabeceira pra ouvir sempre?

VI: Tenho escutado muito Djavan e Pat Metheny. Minha grande referencia é o Clube da Esquina. Agora passei por estágios no rock nacional, Roberto Carlos, Beatles, Led Zeppelin, Pink Floyd, música clássica e tenho que estar sempre aberto para ouvir tudo que possa ser considerado boa música. Este é o caminho.
















TRÊS
CP: Você sempre teve o anseio pela produção ou foi encaminhado a ela por ser músico?

VI: Sempre tive a mania de ouvir musica analisando, até que fiz um curso de apreciação na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e lá tive uma professora que sempre dizia para eu simplesmente escutar e nada mais. Para produzir tive que aprender que existe uma magia transcendente. A música vai fluindo e o produto final é sempre mágico. Imagina uma escultura feita a várias mãos...


QUATRO

CP: Para ser produtor musical basta conhecimento técnico ou tem que ter uma bagagem musical, Vinícius?

VI: Muita bagagem, que se adquire escutando música. Vejo que os músicos tem escutado pouca música. O mp3 ofereceu aos músicos uma enorme quantidade de música. Em condições normais levaríamos anos para digeri-las. Agora, escutar música é outra coisa. Um bom disco leva anos para ser digerido. Você já escutou quantas vezes o Sergeant Peppers (Lonely Hearts Club Band - disco dos Beatles lançado em 1967 considerado um marco na música Pop)? 50, 100, 1000 vezes? É disso que estou falando. Cada vez que escutamos temos novas impressões.
















CINCO
CP: Você tem aprimorado seu conhecimento e ouvido desde que começou a produzir?

VI: Sem dúvida!!! Lamento não ter mais tempo para ouvir meus ídolos e conhecer novas bandas. Tenho aprendido a conviver com meus limites e aceitá-los.


SEIS
CP: Eu já o conheço há um tempo considerável (Vinícius é amigo de infancia, desde meus tempos também na cidade de Nova Era) e sempre o ouvi tocando violão e guitarra. Depois da era produção você começou a tocar outros instrumentos?

VI: Sim, tenho estudado um pouco de teclado, baixo, flauta.
















SETE
CP: Você fez comigo a canção Abracadabra, quando escrevi a letra e você fez a melodia. Você tem outros trabalhos assim ou geralmente faz tudo sozinho?

VI: Quase sempre em parceria e movido por algum tipo de necessidade. No estúdio (Sanjazz) as demandas rolam e temos que resolver. Com os amigos é a mesma coisa. Não podemos deixar para trabalhar amanhã. Temos a matéria-prima e amor pela coisa. Então temos que fazer. Vencer a correria do dia-a-dia, parar, viabilizar a coisa e fazer, concretizar.


OITO
CP: Você tem ou gostaria de ter outras habilidades artísticas além das musicais?

VI: Se tenho não sei. Certa vez ouvi que a música é exclusivista, ou seja, ela quer você por inteiro. Acho que estou neste caso, enfeitiçado. Penso e respiro música.
















NOVE
CP: Quais as dificuldades que você acha que tem o artista ou atleta alternativo brasileiro?

VI: Temos muitas dificuldades. O Governo trata suas políticas sempre na ponta e não na base.


DEZ
CP: Quais os projetos do músico e produtor Vinícius para frente?

VI: Quero gravar um CD reunindo meus amigos. Tenho pesquisado pequenos movimentos da música aqui de Belo Horizonte e percebo um elo entre eles. Será que a noite chegou outra vez???



O músico e Visconde Vinícius Inácio reside em Belo Horizonte e além de compor, é empresario e produtor do Estúdio SANJAZZ, que também é Escola, Loja e afins. Para saber mais a respeito o link é http://www.sanjazz.com.br.

FOTOS E FILME PRODUZIDOS PELO CASTELO DO POETA NO ESTÚDIO SANJAZZ
ENTREVISTA E MATERIAL AUTORIZADOS POR VINÍCIUS INÁCIO

4 comentários:

  1. Muito pertinente a resposta da pergunta 4; em tempos de pressa, superficialismo e pragmatismo a pessoa "baixa" centenas de músicas de determinado artista e sai argumentando que conhece a discografia, que possui tudo do cara. È tudo muito solto, não se percebe a evolução do artista ou o conceito evolutivo da banda disco a disco. E cada disco degusta-se incontáveis vezes até ir para o próximo, depois de conhecer os músicos, detalhes das canções...
    Esse algo mais que é tudo.
    Em relação a outras habilidades, Vinícius até tentou futebol e outros "gostos", mas acho que só sobrou a música mesmo...

    Christiano G. Araújo.

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  2. Vinícius Inácio - mais conhecido como " cirola"...
    musico nato,artista deste adolescencia em Nova Era, animava nossa festa e a turma.
    me lembro dele.Era so, pegar o violão e eu pirralha, menina mesmo,descobrindo o é musica só pedia toca leãozinho, do caetano.Ele
    devia pensar que Menina chata ,so pede essa musica...kkkkkk ai ele so ia me vendo tocava a danada da musica leaozinho pra mim...acho que era pra eu dar paz pra ela,mas tocade tudo esempre atencioso, educado,e cantava e canta
    fico feliz de saber que esta na ARTE......
    PARABENS!!!!!PELO Estúdio SANJAZZ,
    VOCÊ MERECETUDO DE MELHOR....SUCESSO SEMPRE!!!!!PROSPERIDADE!!!! SAUDE!!!PAZ!!!!
    um grande abraço
    CLAUDINHA F.SERRANO DOS REIS CARVALHO

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  3. Excelente entrevista! Parabéns Castelo do Poeta!
    "Temos muitas dificuldades. O Governo trata suas políticas sempre na ponta e não na base." Esse é um problema sério e que não está tão escondido assim para receber a resistência que recebe. E a dificuldade em cuidar das bases é fantasmagórica, ou seja, está num imaginário imposto pelos que se dizem "perfeitos" representantes do belo (Europa e EUA). " Certa vez ouvi que a música é exclusivista, ou seja, ela quer você por inteiro. Acho que estou neste caso, enfeitiçado. Penso e respiro música." A música parece estar em tudo, ser necessária em tudo, é algo primordial, fundamental no ser humano. Atinge nossas emoções, memórias e projetos diretamente, sem muito esforço!

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  4. Ver o trabalho de Vinícius é sempre muito bom!! Como prima-irmã, sou suspeita pra falar!ou sua fã! Parabéns pela entrevista!
    Luciana

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