quarta-feira, 9 de maio de 2012

Biblioteca: Daniele Lippert


Gosto de olhar bem fundo em seus olhos e brincar de adivinhar o que se passa pela sua cabeça. É coisa minha, não repare. Faço isso constantemente. Me entretenho enquanto procuro dentro de seus olhos as respostas para as minhas várias perguntas, aquelas que eu sempre faço em silêncio.

A propósito, já mencionei como seus olhos são cheios de jogos de cores? Costumo fitar sempre o local onde o castanho e o verde se mesclam, onde se formam as tais cores das folhas. É exatamente neste momento que eles encontram os meus e os puxam para você. É ali que você lê minha alma. Transparente. Exposta. Nua. É aí que eu não consigo esconder nada de você.

Pode ser que você nem tenha reparado. Pode ser que pareça estranho e até incompreensível. Pode ser que você nunca entenda a razão da minha brincadeira até então secreta.

Mas também pode ser que não seja coincidência o modo como você sempre parece estar procurando algo em meus olhos também. Pode ser que a sintonia com a qual nos olhamos não seja coisa da minha cabeça. Pode ser que você saiba do que eu estou falando. Pode ser que você também se entretenha respondendo silenciosamente às minhas perguntas silenciosas. Pode ser...

A jovem Daniele que esteve respondendo ao Cetro estes dias já está de volta com belo texto acima. Continuamos esperando mais desta generosa e talentosa cronista.

Castelo do Poeta
twitter: @castelodopoeta

Texto cedido e autorizado por Daniele Lippert

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