A Última Travessia
João Lenjob
As águas no “negro” estão me chamando...
E só de pensar no vento frio em meu rosto
Aumenta a vontade de para o Iranduba partir...
Nos braços da Bacural vou me lançar,
Nos banzeiros vou me deixar levar.
A amada no barranco deixei,
Levo do vento, a sublime canção
para a face afagar.
O banzeiro que vai e vem traz o cheiro
Da minha “caboca” e o sabor de cupuaçu em sua boca.
Partiremos, portanto, sem demora
Na vila, quero ver a Aurora
e a última balsa sai daqui a meia hora.
O Boto Navegador é meu companheiro,
Desliza manso na dança das águas,
No odor dos jaraquis e no rebojo dos botos.
A última travessia é presente da natureza,
Onde os navegantes deixam-se levar
Por seu encantamento e mistério...
Nas trilhas das espumas,
Afogo meus sonhos e esperanças
Perco-me na paisagem
Encontro-me na melodia da viagem.
A Escritora Franciná Lira é amazonense, da capital Manaus e após encontrar o Castelo, chegou de vez para nos prestigiar com sua bela literatura. Nós esperamos tê-la sempre por aqui.
Castelo do Poeta
twitter: @castelodopoeta
TEXTO CEDIDO E AUTORIZADO POR FRANCINÁ LIRA
Obrigada João por permitir que eu divulgue cada vez mais os meus poemas que a partir de agora fazem parte do Castelo...
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho!
Franciná
Este poema faz parte do documentário "A Última Travessia" do cineatra Júnior Rodrigues que foi apresentado dia 11/11/11 no Teatro Gebes Medeiros.
ResponderExcluirEste documentário fala sobre o fim da travessia das balsas que transportavam as pessoas de Manaus ao Cacau Pereira. Com a construção da Ponte Rio Negro as balsas pararam seus serviços...
Franciná