quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Biblioteca: Jéssica Fernandes Rocha

De Tudo, Um Pouco
Jéssica Fernandes Rocha

Te amamos porque amamos
A imortalidade de suas palavras.
Não precisamos ser seus conhecidos
E nem mesmo pudemos sê-los.
Mas te admiramos porque reconhecemos
Que sua literatura é arte de graça
Que com tempo não se apaga.
E agora, Drummond?
Se você escrevesse,
Se você registrasse,
Se datilografasse,
Se a nos surpreender
Com seus versos mágicos
Você continuasse…
Mas há uma pedra no meio do caminho…
Descanse em paz, Drummond.
Pois de tudo fica um pouco.
Do seu talento, nossa saudade
Dos seus poemas, livros didáticos.
E se de tudo fica um pouco
Por que não ficaria um pouco de ti?
Em nossas escrivaninhas
Seu tinteiro
Sua inspiração.
Em folhas de caderno
Trabalhos de redação.
Sabe que é chato ser moderno.
Para nós será eterno,
Definitivo, como tudo que é simples
Dia desses encontrei José
Ainda sem saber pra onde marchar.
Lili de J. Pinto Fernandes
Já louca para se divorciar
Desnorteados como nunca
E da sua falta a se queixar.
Disse a eles dizeres teus
O Amor é primo da morte,
E da morte vencedor,
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor.
O sofrimento é opcional
Embora inevitável seja a dor.

Fiz questão de vir aqui falar desta minha mais nova afilhada. A pureza de seus versos e seu tino para aprender são surpreendentes. A querida Jéssica Fernandes Rocha foi minha aluna de Língua Portuguesa este ano e posso garantir com toda certeza que ela será um dia uma grande escritora. Em sua homenagem a Drummond acima ela apurou a intertextualidade com êxito. Pontuou propositalmente e brincou com o dom que a vida lhe deu. Claro que não preciso melhorar nada e nem desenvolver nela um formato de escrever. Apenas serei um colega presente com um pouco mais de experiência, de atenção e quando necessário, orientação. Um beijão pra ela.

João Lenjob
twitter: @lenjob
lenjob@castelodopoeta.com.br

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